Diário da Quarentena - Dia 32

>> segunda-feira, abril 13, 2020

Quando acordei chovia que Deus a dava. Estava um dia mesmo feio aqui na aldeia.

Pouco depois de acordarmos começou a orquestra das obras no andar de baixo. Nas coisas essenciais da vida sou uma pessoa afortunada. Acertei no casamento à primeira (não sei se ela acha o mesmo...), tenho 4 filhos formidáveis (no caso do último, começo a equacionar accionar a garantia), todos temos uma saúde invejável, não nos tem faltado nada de essencial. Contudo, nas pequenas coisas sou do mais azarado que existe. Sempre que há um cocó de cão num raio de 50 metros em meu redor, um dos meus pés - ou os dois - vai lá parar como a luz para um buraco negro; já fui alvo de cagadas de pombos por diversas vezes - uma coisa absolutamente improvável -; despedi-me do meu emprego anterior no final de Fevereiro para abraçar um novo e desafiante projecto profissional que, como imaginam, ficou suspenso de uma realidade que não controlo; desde o início desta quarentena (já lá vai mais de um mês), temos obras de reabilitação do andar de baixo, nas quais o martelo pneumático parece ser a ferramenta imprescindível para qualquer das tarefas.

Assim, passámos toda a manhã com os pés a vibrar e os ouvidos a doer, mas lá chegámos ao almoço.
Comemos os restos do jantar da Páscoa, mas parece que ainda estava melhor que ontem: borrego assado em forno avariado. Queria ver o Avilez a fazer melhor.
Depois do almoço estive a estudar o Universo com o Lourenço. Cá em casa a tele-escola é há muito tempo o padrão. Nesse particular, temos pena das famílias para quem isso é um drama. Há já uma boa quantidade de anos que a escola não nos faz grande falta. E os cachopos não parecem estar mais burros que os que lá costumam passar o seu tempo. Neste novo normal levamos anos de avanço.

O site Americano da Nikon está a oferecer umas pequenas formações em fotografia, desde o mais básico ao mais avançado. Se tiverem tempo e interesse, não deixem de assistir a algumas delas. Eu estive hoje a ver todo o curso "Beyond the Fundamentals of Photography". Não houve nada de verdadeiramente novo, mas foi interessante relembrar alguns dos conceitos. É particularmente interessante para quem tenha Nikon. E cá em casa é proibido ter qualquer outra coisa. Há pessoal doente do Benfica, eu sou doente da Nikon. Se tivesse mais dinheiro tinha um armário cheio de máquinas e de lentes. Assim, tenho só 2 corpos analógicos e 2 digitais mais as respectivas lentes e um estupendo flash. A única lente não Nikon que há cá em casa é a excepção que confirma a regra: a Tokina 11-16 AF-S DX.

Depois (ou antes, já não me lembro) estive a ver mais uma aula de física do extraordinário Walter Lewin, do MIT. Não foi esta, mas esta é fora de série:



Tenho-me divertido bastante a ver aulas destas em "binge watching".

Mais tarde, fomos ali comprar umas coisitas para a sopa, um pão, uns morangos e natas para o chantilly.


A mãe cá de casa, por excesso de zelo, por maluquice ou por assertividade, lava tudo o que compra com sabão ou detergente, excepto se for alguma coisa que se desfaça. Os morangos ficaram no alguidar com detergente durante algum tempo, para quebrar a parede do vírus e o desfazer. Achei a imagem divertida.



O jantar foram douradinhos no forno. Para acompanhar fiz arroz normalíssimo. Ninguém se queixou de mau gosto nos morangos.

Hoje, como terão percebido, não corri. O tempo não me puxou para a rua. A ver se amanhã já vos trago outra vez umas imagens do exterior.

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