Diário da Quarentena - Dia 22
>> quinta-feira, abril 02, 2020
A nossa senhoria, não sei se já falei disto, decidiu há uns meses reabilitar o andar debaixo da nossa casa, que estava abandonado desde que para cá viémos, há mais de cinco anos. Por coincidência, desde que foi decretado o "isolamento social" em Portugal, a obra intensificou-se, designadamente no tocante à utilização de um martelo pneumático que, além do áspero ruído, faz tremer toda a casa.
Hoje, pela hora do almoço, reparámos que havia cá em casa um grau de tensão que não é habitual. Estava tudo aos gritos de uma forma descontrolada. Rapidamente percebemos que o acumular de horas, dias, semanas de martelo pneumático a vibrar-nos nos ossos do crânio, estavam a enlouquecer a família.
Telefonámos à senhoria, cá de casa, para que ela percebesse ao que nos tem estado a obrigar. Pouco depois parou o barulho. Fomos visitados pela sua neta, dona da obra, que nos disse que já tinha falado com os operários e já só faltavam 2 horas de barulho e depois acabava de vez essa fase do trabalho.
É impressionante a forma como o ruído nos vai destruindo a sanidade mental da mesma forma que a água fura a pedra. Quanto mais tempo passa, mais sensíveis vamos ficando sem nos darmos conta. Ao fim de vários dias e horas disto, cai uma moeda ao chão e saltamos como se tivesse explodido uma bomba.
Talvez para inconscientemente fugir durante um bocado desta tortura acústica, corri um bom bocado na Serra esta manhã. Assim, boa parte das fotos de hoje são dessa corrida.
Ainda antes de ir correr, apanhei os dois mais novos a verem qualquer coisa no PC com a mãe.
Hoje, na subida pelo Penedo, havia uns carneiros num terreno onde nunca os tinha visto. Tem-se daqui uma bela vista para Norte, para a aldeia do Penedo e, lá longe, para a costa.
Esta casinha de pássaros marca o lugar onde viro para subir a famosa "Viúva". Hoje subi aqui à esquerda, depois dei a volta e regressei a este ponto para descer um trilho por onde nunca tinha passado. Encantador e deserto, como se quer nesta altura do campeonato.
O marco que assinala o início da "Viúva", um duro trilho a subir por entre as árvores, que desemboca junto à Ermida de São Saturnino, já junto à Peninha propriamente dita.
A Ermida da Peninha. Continua tudo deserto também por aqui.
Depois do almoço fomos à Quinta dos Sete Nomes buscar o nosso cabaz semanal de frescos biológicos e mais umas coisitas.
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