Viagem ao Portugal profundo - e frio (IV)
>> quinta-feira, janeiro 27, 2005
Aqui fica finalmente a quarta e última parte desta crónica em fascículos.
Na manhã de Domingo voltámos a acordar sob um espesso manto de nevoeiro. Imagino que isso já enjoe os leitores, pelo menos tanto quanto nos enjoou a nós próprios. Tomámos o pequeno almoço na Pousada e dissémos-lhe adeus. Almeida é, sem dúvida, uma aldeia a visitar, mas noutra altura do ano. Todo aquele planalto é de uma beleza indescritível e o pouco que conseguimos ir vislumbrando pelas curtas abertas deixou-nos água na boca para uma próxima visita.
Dirigimos-nos para Sul, em direcção a Castelo Mendo. O nevoeiro era tanto que acabámos por perder-nos. Isso fez-nos entrar em Castelo Mendo por um lado ainda mais bonito.
A entrada da povoação é um verdadeiro espectáculo. Aqui fica uma vista da aldeia a partir de um local chamado Calvário.
E aqui têm o cruzeiro do lado de fora da muralha:
A visita à aldeia é muito interessante e, felizmente, está toda documentada nas placas de informação, que são inúmeras. É um museu vivo, e aconselho toda a gente a despachar-se a lá ir. Daqui a muito pouco tempo já só vai ser um museu morto. Sente-se por todo o lado que esta é a última geração de gente que lá vai morar.
No centro da aldeia encontramos o maior pelourinho da Beira Alta, pelo menos foi como nos venderam a coisa. Tem 7 metros e não sei quê e é impressionante. O largo onde se encontra é muito arrumado e tem um ambiente medieval que nos faz realmente viajar no tempo:
Castelo Mendo tem 2 niveis de muralha. Já fora do primeiro, do lado oposto à entrada, temos uma zona alta, com vista para o rio Coa, onde encontramos a ruina de uma igreja, na qual ainda é possível ver frescos. Parece impossível como aquilo está ao abandono. Os nossos filhos já não vão ter nada para ver senão um monte de pedras.
Seguimos um percurso dentro da aldeia sugerido por um livro publicado há anos pelo Inatel e vimos aínda a janelinha que tinha funções de roda dos expostos. É impressionante como isso é uma constante em quase todas estas aldeias. Saímos por onde tinhamos entrado, tendo aínda a sorte de ver um pouco da vida real desta aldeia:
O resto do dia foi passado em alegre viagem em direcção a Lisboa. Como é evidente, escolhemos o "caminho das pedras". Fomos até ao Fundão e daí apanhámos a estrada para a Pampilhosa da Serra, daí para a barragem do Cabril, que estava completamente vazia e fomos apanhar o IC8 ao Pedrógão Grande. Passámos diversas vezes sobre o Zêzere e ficámos impressionados com a imagem da seca. Todas aquelas piscinas flutuante que estamos habituados a ver por ali estavam em terra e a dezenas de metros da água!
A crónica desta viagem fica por aqui.
Depois destes dias cheios de actividade aqui no blog, vai ser difícil manter-vos animados, mas já sabem que agora a coisa vai acalmar um pouco, por isso reduzam as expectativas e continuem a passar por cá.
Estão prometidas para breve 2 tipos de crónica regular (sem periodicidade definida):
1 - As receitas do Carlitos
2 - Crónicas de arquitectura para principiantes.
Vão passando por cá.
4 comments:
Como era previsivel, adorei esta viagem. Foi mto bom ter-vos como companheiros e só pespero que a experiência se repita. Até sempre. Bjs.
Adorei a viagem!
Foi pena o frio mas de certeza que também isso a tornou inesquecível para todos!
Agora imagina o oposto, que foi o que nós tivemos na Travessia a Portugal em BTT: 40ºC ou mais todos os dias, e com a agravante de pedalarmos 70 a 80 km por dia!!! Em cada café que passávamos - e bem viste como eram sofisticados - acabávamos com o stock de tudo o que havia líquido (e bebível)!
Mas afinal quem é esse Carlitos? Prometes que tem receitas melhores que as da minha mamã?!!!?!??!
Essa da arquitectura - se é para levar à letra - quem vai adorar é o Ricardo!
Obrigado pela divulgação de castelo mendo
Já agora sugiro que visite uma aldeia pequenina que pertence à freguesia de Castelo Mendo,Paraizal.
O meu blog .Paraizal blogspot.com
Obrigada
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