Diário da Quarentena - Dia 16

>> sexta-feira, março 27, 2020



Hoje mais em jeito de diário propriamente dito.

O meu dia começou com o habitual pequeno-almoço: um green smoothie magnífico com 1 laranja, 1 banana, 1 pera, uma mãozinha de amêndoas, uma mãozinha de sementes de linhaça, uma alperce seca (tipo passa, para dar doce), um belo molho de espinafres fresquinhos e canela. Tudo processado na Bimby e pumba!
O caixote dos gatos estava um bocado mal cheiroso porque estivemos uns dias sem areia nova para substituir. A logística das compras destes dias é para nós (6 em casa) um desafio. Então, logo depois do pequeno-almoço fui lavar o caixote, despejar tudo no lixo, varrer e lavar o chão, lavar o caixote propriamente dito e colocar areia nova.

A minha senhoria (apetecia-me insultá-la com um epíteto qualquer relacionado com a agro pecuária, mas vou respirar fundo e manter o nível) decidiu, ainda umas semanas antes desta quarentena começar, reabilitar o andar que existe debaixo da nossa casa. Com isso, deram-nos cabo da horta que tínhamos no quintal, obrigaram-nos a libertar a garagem quase de um dia para o outro (agora, a minha mota dorme na rua), e tem-nos brindado com concertos de heavy metal desde que esta quarentena se iniciou. Se eu tivesse mesmo que trabalhar a partir de casa, ser-me-ia impossível fazer um telefonema ou fazer uma reunião por skype. À hora a que eu limpava o caixote dos gatos, e eu sou sempre o primeiro a levantar-me cá em casa, já as máquinas faziam tremer os meus pés e destruíam os meus tímpanos sem contemplações.

O Matias acha piada (div'tido) brincar com as peças do dominó. Fazemos aqueles arranjos em que quando uma peça tomba, tombam todas, ou torres como a que se vê na foto lá em cima.

Depois fui correr um bocado, fui à Peninha e a Adrenunes. Há quem ache que não devemos sair da casa para correr, mas como já disse anteriormente, preciso disso como de ar para respirar. Ainda ontem li um artigo, cuja referência não guardei, no qual se dizia que é importante correr porque isso evita o nosso colapso psicológico e reforça o sistema imunitário, desde que seja feito com bom-senso.

As nossas refeições têm-se adaptado a estes tempos complicados. De início estava toda a gente a comer muito e fazíamos almoço e jantar cozinhados. Com o tempo fomos voltando ao que é mais habitual na vida dos rapazes em homeschooling que é comermos apenas uma refeição cozinhada e a outra ser "sopa e coisas". Eu tenho cozinhado muito mais do que é costume, uma vez que agora estou sempre por cá. Os putos têm dito que lhes dou petiscos melhores do que os da mãe :-)
Talvez seja só porque é diferente.

Um dos meus escapes nestes dias, que já vem de há muito tempo, é ver uns vídeos ligados à vela de cruzeiro. Hoje, o Youtube propôs-me uma visita guiada a um dos mais fantásticos barcos que se desenharam nos últimos anos: Garcia Exploration 45



Boa quarentena, amanhã é fim-de-semana, pelo que não vou ter aqui as máquinas demolidoras do nosso sossego. Aleluia!

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