A Quinta do Cosmo

>> quarta-feira, maio 25, 2005

Encontram-na na estrada de Colares, entre Galamares e o Vinagre, do lado esquerdo da estrada, no sentido Sintra Colares. Está numa zona em que os carros passam com muita velocidade, por isso ninguém repara que lá está. Por outro lado é preciso ter algum cuidado a estacionar ou atravessar a estrada, porque fazem daquele troço uma via rápida.

Trata-se de um velho solar quinhentista, do qual já só restam algumas ruínas, entre as quais o portão principal e mais algumas edificações.



É curioso como afixaram esta placa na parede de um imóvel de valor concelhio, mas enfim...



Os dois edifícios cilíndricos que aqui vemos teriam servido de prisão.



Além da porta e destes edifícios, resta apenas uma empena perdida, com uma janela para a Serra e este jardim que aqui vemos, actualmente integrado numa moradia, chamada Passo do Cosme.





Apesar do estado de ruína em que se encontra, ainda se reveste de um poder evocativo que nos transporta aos recuados tempos do esplendor do solar de que era a entrada nobre e faz-nos pensar nas grandes festanças que ali se teriam dado, em que os grandes, servidos por criados de libré, comiam à farta, enquanto que os outros que para eles trabalhavam passavam, passe o plebeísmo, “fome de rabo”. [José Alfredo da Costa Azevedo]

Embora conhecida por Quinta do Cosme, o nome correcto será Quinta do Cosmo por ter pertencido a Cosmo de Lafetá, filho de João Francisco de Lafetá. Este foi um comerciante de Milão, que veio para Portugal no reinado de D. Manuel I (1495-1521), e enriqueceu a exportar para a Europa bens vindos da Índia. Terá sido elevado a fidalgo já por D. João III (1521-1557) e sabe-se que terá morrido entre 1571 e 1597.

O primeiro proprietário da Quinta do Cosmo foi Cosmo de Lafetá, filho do mencionado João Francisco. O primeiro registo na conservatória foi em nome de Francis Cook, primeiro Visconde de Monserrate, em 20-12-1879, que a deixou em herança a Herbert Frederick Cook, que por sua vez a vendeu a António de Almeida Guimarães, em 1922. Este morreu em 1937, deixando a quinta aos herdeiros. De acordo com José Alfredo da Costa Azevedo, no seu livro Recantos e Espaços, em 1997 ainda a Quinta do Cosmo estava nas mãos dos herdeiros de António de Almeida Guimarães. Hoje não sei de quem será.

Pormenor de uma porta rústica, que deve ter pertencido ao edifício original, com gateira e tudo.
Casa mais recente, que faz também parte da quinta.

Junto a esta quinta cresceu entretanto um piroso condomínio, que não merecia um nome de tanta memória, mas isso é mau feitio meu…

ZM

6 comments:

A.João 5/27/2005 6:16 da tarde  

Infelizmente é frequente encontrar casos identicos por todo o pais, até antigos solares que servem para oficinas de automóveis.

Anónimo,  1/09/2008 9:12 da tarde  

Mau feitio não, diria talvez, dor de cotovelo... se não sabe a quem pertence, de momento, tem de fazer melhor os trabalhos de casa! Em vez de mal dizer, preocupe-se antes em arranjar maneira de conservar o q está em degradação!

Zé Maria 1/09/2008 9:21 da tarde  

Não admito comentários ordinários.

Zé Maria 1/09/2008 9:25 da tarde  

Como habitualmente, os comentários ordinários são anónimos.
Sempre que se tem uma opinião negativa sobre alguma coisa, logo vêm os comentários sobre a dor de cotovelo. Lamento, mas esse condomínio não faz o meu género. Acho-o feio e com uma arquitectura muito fraquinha. Quem gosta gosta, eu não gosto e estou no meu direito.
Pelos vistos quem lá mora tem alguns vizinhos pouco educados.
ZM

Anónimo,  4/02/2008 4:06 da tarde  

Parece-me que está reunida matéria suficiente para um pesado processo judicial ao autor de alguns comentários que aqui têm aparecido.
Julgo que não será muito difícil descobrir quem foi.

Fred 3/21/2016 1:24 da tarde  

Olá...sou Frederico Lafetá e gostaria de saber mais da história do lugar. meu contato flafeta@gmail.com

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