Duque D'Ávila
>> quinta-feira, maio 19, 2005
Desde que comecei a trabalhar já passei por Alfragide, S. Domingos de Rana, Tires, e agora estou em Oeiras. Fui forçado a entrar na cidade de Lisboa diariamente apenas em dois períodos da minha vida: durante o tempo da faculdade e durante os 4 anos que trabalhei no Saldanha. Nestes períodos rapidamente me cansei da entropia da cidade, do ar irrespirável, do ruído, de uma certa agressividade que se instala em quem passa todos os dias naquela confusão. No entanto, como actualmente vivo e trabalho fora da cidade, quando a visito, faço-o com outros olhos. Ando mais apaixonado, de nariz no ar, como um saloio que lá chegasse pela primeira vez. Dou comigo a sorrir, encantado com as pessoas, com os diálogos que vou apanhando na rua e nos cafés. A cidade tem demasiada informação e quem lá vive diariamente começa a considerar tudo aquilo ruido (sonoro e visual) e filtra apenas o que parece importante. Quem, como eu, visita a cidade apenas de vez em quando está mais alerta, prestando atenção a tudo.
Ultimamente vou lá duas ou três vezes por semana, ao final do dia. É a hora da partida para a maioria, mas eu entro calmamente, com uma alegria de namorado a caminho do encontro. Além disso vou de mota, pelo que nunca tenho o stress do trânsito e do estacionamento. Os Jacarandás estão quase a florir. Afinal Lisboa é uma bela cidade.
Esta imagem que aqui apresento foi tirada da casa de banho do local onde estou a tirar o curso. É uma daquelas imagens que só vê quem se embrenha na cidade. Foi caçada de forma algo furtiva, com receio que me encontrassem debruçado numa janela de casa de banho pública. O facto é que a vista desta casa de banho para as traseiras do prédio é belíssima. Faz-me lembrar as traseiras da casa da minha avó, em Campo de Ourique. Passava horas à janela, a VER…
ZM
4 comments:
É engraçado este Post, porque hoje vou novamente a Lisboa de comboio. E na semana passada também parecia uma saloia que vai a LX. Assim que sai da estação de Entrecampos fui logo abordada por um gajinho a perguntar se queria comprar um telemóvel.
Já não me lembrava destas abordagens.
Beijinhos
Gostei da comparação que fazes com as traseiras da casa da avó. Também eu me lembro de passar horas esquecidas a olhar por aquela janela da cozinha e a VER o que por lá havia para ver. Bj
Todos devemos ter uma avó com uma janela fantástica. Uma janela maravilhosa feita de horas a fio de imaginações e espionagem...
A cidade pássa-nos, à ida e à volta, como se a Terra não se movesse...
O bairro da minha avó (a Graça) continua na mesma, o Saldanha tens que ir ao http://druantia.blogspot.com...
pois é.
a janela da avo, a sopa da avo,os cheiros da avo!...
e ainda ficàmos com tudo isso cà dentro...
para mim Lisboa teve sempre algum encanto e sobretudo a luz que pode ter!...
saudades tenho eu que estou tao longe!
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