Um texto que vale a pena ler

>> terça-feira, fevereiro 15, 2011

O caminho está aberto porque a percepção dos valores da democracia é escassa: milhares de pessoas correm a assinar uma petição na Internet intitulada "1 milhão na Avenida da Liberdade pela demissão de toda a classe política" e jornais e blogues batem palmas como se não se tratasse de um puro manifesto antidemocrático. "Demitem toda a classe política" como? Como em 1926, com o 28 de Maio? Como se Portugal fosse o Egipto e "Sócrates-Passos Coelho- Portas" (e porque não Jerónimo de Sousa e Louçã) fosse um compósito de Mubarak? Sem eleições? Sem partidos? Democracia directa com votos pela televisão em chamadas de valor acrescentado e o Parlamento no Facebook? Os votos seriam como aquelas sondagens nos blogues? E por que, dizem, não é mais democrático, mais igualitário, mais livre, eu poder fazer o que entender, sem peias, nem lei, nem propriedade, expondo um mundo subterrâneo de gigantescos ressentimentos e invejas, que está lá bem em abaixo nos subterrâneos de Weimarzinho? O retrato desse mundo está bem presente no coro de insultos dos comentários, a vox populi muito elogiada pelos libertários da Internet, um mundo dos comentadores anónimos ou semianónimos que é fascista no seu preciso termo, é a linguagem da força sem lei, a destruição verbal do outro, o veneno das palavras, como o rícino que os squadristi obrigavam os seus adversários a tomar. Todas as peças se montam, em pequenino, em "zinho", mas encaixando entre si. E muita cobardia sobre o que se está a passar, sobre o mundo que começa a parecer, silêncio a mais.
Ler tudo.
Via A Barriga.

ZM

6 comments:

Anónimo,  2/15/2011 7:15 da tarde  

O senhor deve estar a brincar, não deve?... Diga lá, diga, diga mesmo... diga... vá lá... Diga que está a brincar, quando dedica às pessoas da terra para onde veio trabalhar (as que em consciência agem) isto e estas comparações:

“ a percepção dos valores da democracia é escassa”

“ petição na Internet intitulada "1 milhão na Avenida da Liberdade pela demissão de toda a classe política””

“ O retrato desse mundo está bem presente no coro de insultos dos comentários”

“um mundo dos comentadores anónimos ou semianónimos que é fascista”


“E muita cobardia sobre o que se está a passar, sobre o mundo que começa a parecer, silêncio a mais.”


“PS: Dedicado à oposição popular às obras de qualificação da Praça Velha de Angra do Heroísmo.”


Agora diga, está a brincar? ou é o senhor o heterónimo personificado da brincadeira? É que nisto de coisas online, ninguém sabe onde pára a verdade, não é??

Um anónimo chamado Ricardo Rego ( e se eu fosse anónimo, quão menor seria o CONTEÚDO?), angrense; vivo aí há mais de um ano e assinei a petição contra atitudes e, já agora, contra "ditaduras de discurso", mas das suas....

ps: Agora diga lá: é ironia a sua, não é? O senhor esteve a brincar, não esteve? Se não esteve,... fico-me por achar que a sua opinião, expressa online, vale tanto como as opiniões que o senhor tanto aqui despreza, Obrigado.

Anónimo,  2/15/2011 7:20 da tarde  

ah! e recordo-lhe:

(PS 2)- já pensou que as ditas petições (que julga, como a da praça de angra, "diataturial" - ou a isso compara)tem valor legal, logo, valor democrático legítimo, danodo lugar a poder ser o seu signatário ouvido e levada e pareceres...

Zé Maria 2/15/2011 9:48 da tarde  

Ricardo,
A interpretação que dei à "dedicatória" que escrevi não foi essa, contudo, reconheço que poderá ser interpretada dessa forma e por isso retirei-a.
Como sabe, não sou anónimo. Tenho assumido uma posição pessoal divergente de grande parte dos Angrenses, mas nunca me escondi e penso que não ofendi ninguém. Acontece que, da mesma forma que a si eventualmente o indigna o projecto preconizado por este executivo camarário para a Praça Velha de Angra, a mim indigna-me parte da oposição a ele. Acredito sinceramente naquele projecto, bem como noutras alterações que têm sido levadas a cabo pela Câmara nesta cidade e penso que são a única forma de caminhar no sentido de rejuvenescer a cidade e recuperar a vida e a dinâmica social e económica desta comunidade. É por isso que me tenho batido, porque acho que Angra está doente e muita gente não quer ou não consegue ver isso.
Não precisava de me envolver na defesa destes projectos, mas faço-o porque é o meu feitio lutar por aquilo em que acredito. De resto, faço-o com a cara bem à vista, seguro de que não há delitos de opinião. Não fui eleitor desta edilidade, porque nem cá estava quando foi eleita, mas custa-me muito ver tanta oposição baseada em questões políticas e em sentimentos primários de habituação ou resistência à mudança.
Peço-lhe desculpa se o meu comentário o ofendeu, porque não era de todo essa a intenção.
Podemos continuar esta discussão por e-mail, se assim o entender.
O meu e-mail é zm.sintra@gmail.com
ZM

Anónimo,  2/16/2011 11:45 da manhã  

Como sabe:
- o seu email já se encontra referenciado na coluna direita do seu blog
- a minha opção foi esta, a de ter participação neste seu blog; preservo o meu "anonimato" (sim, faz sentido também ser "anónimo") e não disponibilizo o meu endereço a qualquer pessoa
- o tema foi suscitado (agora removido de sentido) por si
- o seu "anonimato" ainda permanece bastante, pois não sabemos da sua graça, entenda-se "nome", e não apenas "Zé Maria"
- o dar a cara por uma ideia falsa será pior que o anónimo e voluntário apreço pela verdade, ainda que assim dita
- qualquer petição em causa inclui o nome completo do peticionário e indicação de bilhete de identidade
- o povo, responsável pela dita "opinião popular" é uma massa demasiado grande para se colocar adjectivações sectoriais (as suas?) ou insinuações partidárias (acho isso escandaloso, mas enfim...)
- quando assim o quiser referir, recomendo que utilize o termo "partidário" e não político, uma vez que políticos somos todos (quieramos ou não) no momento em que participamos públicamente
- as suas comparações existiram
- tem em comum a sua posição com a de muita gente do "lado que censura" o facto de achar Angra doente
- o conceito de "habituação" não se prende a "sentimentos primários" ou "resistência" a nada; a "habituação" (inclua-se neste conceito, "receptividade") à crítica é, antes, e mais ainda,uma atitude evoluída, seja o "criticante" primário ou não
- o seu artigo "era" dedicado a quem o dedicou
- a sua nova "re-interpretação" não deixa de visar quem antes visava

Minha (minha) conclusão:
- não estamos em "discussão", não darei tempo para tanto, não me interessa
- estou "esclarecido" (digo até: "continuei" esclarecido)
- julgo que o rumo que deu a este seu seu artigo é suficientemente esclarecedor para mim ou para quem quer que visite o seu blog
- a minha abordagem não tem preocupação pessoalista. logo, não partirei para nenhum forma de contacto "pessoal"
- ademais, só tenho abordagens "pessoais" cara-a-cara não incluo nisso nenhum contacto via internet, pouco ou nada pessoalista; o que é mais parecido com o ser-se realmente "anónimo - na internet ser-se Ricardo ou "Zé" é algo ainda muito distante da responsabiblização pessoal - salvo o exercício de uma petição, por exemplo, entre outras poucas excepções)


Agradeço:
- ter motivado em si uma "alteração", mesmo que formal, a qual é, só por si, uma demonstração suficente SUA, suficientemente NOSSA, é absolutamente suficiente

Ricardo Rego

Anónimo,  2/16/2011 12:02 da tarde  

Pedra sobre o assunto:
- a dedicatória, base do artigo aqui comentado era:

(...)

“PS: Dedicado à oposição popular às obras de qualificação da Praça Velha de Angra do Heroísmo.”

(agora retirado pelo autor do blog)

Zé Maria 2/16/2011 6:19 da tarde  

Ricardo,
Perco-me um pouco nos meandros do seu discurso, tão fraccionado. Vamos ver se consigo fazer-me entender:
Embora tenha retirado a dedicatória, reconhecendo que podia ser mal interpretada, continuo a pensar que tresleu o bloco de texto original.
A referência de PP a uma petição não tem nada a ver com a petição que o Ricardo refere, nem eu tinha essa ligação na ideia quando publiquei o texto.
Aquilo que PP critica no seu texto, é o que eu também critico e, infelizmente, está a acontecer nesta questão da oposição à intervenção na Praça Velha. Isso não tem nenhuma relação com a petição assinada por signatários identificados, aos quais não me referi de forma nenhuma.
A questão aqui é "o coro de insultos dos comentários, a vox populi (...), os comentadores anónimos ou semianónimos", que esses sim, usam a "linguagem da força sem lei, a destruição verbal do outro".
Tenho lido muitos comentários absolutamente injustos sobre esta polémica. Muitos deles apenas baseados em inimizades partidárias, em total ignorância do que se pretende fazer ou em pura resistência à mudança.
No sentido que acabo de clarificar, fez todo o sentido escrever a dedicatória, mas mesmo assim, para evitar ofensas que não estavam na minha intenção, removi-a.
Estou cada vez mais convencido de que Angra e talvez até a Terceira estão a seguir o caminho errado, mas a verdade é que sou eu que não sou de cá.
Faça como entender.

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