Diário da aventura Holandesa - Ep. 2

>> sábado, novembro 06, 2021

A segunda semana desta aventura correu de forma relativamente simples e rápida. Não dei por isso e já passou mais uma semana. Tenho agora algumas camadas do meu dia-a-dia que são divertidas e que me vão levando por diante, a caminho do regresso a casa, embora isso ainda esteja longe.


Um dos factores de perturbação positiva da minha rotina aqui é o projecto fotográfico que iniciei com a Madalena, em que cada um publica uma foto por dia obrigatoriamente feita nesse dia, numa conta Instagram a que chamámos Noord__Suid. Esta foto era uma das possíveis candidatas a esse projecto, mas felizmente, depois, fiz outra melhor.



Esta era a versão a cores da que foi publicada, embora com um enquadramento ligeiramente diferente. Gosto desta também.




Hoje, Sábado, fui correr para um lado diferente do habitual durante a semana. É um parque que começa aqui mesmo perto de casa e que dá para correr cerca de 2 km dentro da mata. É giro porque andam por lá inúmeras pessoas a passear os seus cãezinhos. Já no Sábado passado corri aqui e o padrão era o mesmo.





Esse caminho do parque leva-me a uma zona de cais muito fotogénica. No fim-de-semana passado publiquei algumas fotos feitas nesta área. A foto de hoje do projecto Noord__Suid será também deste local.



Prosseguindo em direcção ao centro da povoação em que estou alojado, Schiedam, sigo um canal que tem também belíssimas vistas.




Hoje, na parte final da corrida, aqui perto, encontrei um cemitério muito particular. Junto à porta por onde entrei, há uma área que é surpreendente e muito comovente: tem apenas sepulturas de crianças. A mais velha que lá vi teria apenas 4 anos quando perdeu a vida. Hesitei em publicar estas fotografias. Não queria explorar a dor alheia, mas o que senti neste lugar foi tão intenso que quero aqui guardar esse registo.








Os dias de trabalho têm-se sucedido sem grandes alterações. Tento chegar à fábrica às 6h45 de cada dia, o que tem sido possível, excepto na sexta-feira em que perdi a saída da auto-estrada e demorei mais uns minutos. A ideia é ter tempo para beber um café na portaria, ir vestir o "cover all" e apresentar-me pronto para trabalhar às 7h em ponto. Normalmente, assinamos o LMRA (Last Minute Risk Assessment), que no caso deste projecto tem a particularidade de ser escrito apenas em Holandês e eu não fazer a menor ideia do que lá está escrito, e pelas 7h10 mais minuto menos minuto já estamos a seguir para o trabalho propriamente dito. Em vários dias desta semana já estava bem suado às 7h20 da manhã.
Temos andado essencialmente a estender cabos para os novos quadros e maquinaria. As ligações eléctricas (que são muito mais divertidas) têm ficado para o electricista mais velhote da equipa.
Tenho trabalhado com um outro electricista "outsourcer", Romeno, que é bastante divertido. Fazemos uma boa equipa.
Na terça-feira fui ao muro de escalada e, embora fosse apenas o segundo treino, senti-me bastante mais forte. Suponho que seja mais por ter começado a acordar a parte neurológica da coisa do que por ter melhorado a parte muscular de um dia para o outro.
Repeti a experiência na sexta-feira e resolvi sem grande esforço problemas que no primeiro treino não tinha conseguido fazer. Nesta fase, a progressão é muito rápida. O muro é fraquito e as pessoas que lá estão têm um nível médio muito abaixo do que vemos nos muros de Lisboa. Acabo por ser um dos mais fortes, sem estar a escalar nada de jeito.
A segunda semana está despachada. Anseio pelo momento em que já esteja em contagem decrescente, mas também não quero sentir que este tempo não existe, que é apenas uma rampa a caminho do Natal. A situação é a que é, mas a vida não parou.


 

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