Diário da pandemia II - Dia 2

>> sexta-feira, janeiro 22, 2021

 Hoje de manhã decidi dar um dia de descanso às pernas. O tempo também não está a ajudar. Tem estado uma ventania insuportável e alguma chuva. Assim, aproveitei para ir num salto a Sintra trocar o óleo da moto, que estava já a precisar. Lá estive à conversa com o mecânico, que como quase toda a gente com quem tenho falado do tema nos últimos dias, está relativamente pessimista. Esta sensação de termos pela frente um monstro que não temos forma de controlar é bastante assustadora. Os números poderão ainda crescer durante mais algumas semanas, o que nos levará da catástrofe ao caos instalado. Sabendo que o trabalho que tenho agora depende em larga medida da situação sanitária global, estou bastante preocupado, mas sem qualquer controlo no que os próximos dias possam trazer-nos. São os ingredientes do trauma. Not good.

Quando saí da oficina, rumei a Cascais, apenas para ver os barcos. Está tudo vazio, fechado, triste. Cascais está sem luz, com aquela roda gigante abandonada frente à baía, envergonhada. Devia ter tirado fotos. Tenho que me lembrar mais disso.

Para já, deixo mais duas tristes imagens do estado em que está a minha aldeia.



Estes são os bancos em que os velhotes costumam sentar-se a ver passar os dias. Já nem isso lhes é permitido. Não me atrevo a criticar a decisão, mas registo que me transmite uma grande tristeza.


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