Praça Velha by night
>> domingo, fevereiro 28, 2010
Câmara Municipal de Angra do Heroísmo, ao final do dia, com chuva.
Arrumário era o nome que a pequena Madalena dava aos armários. Este blog é o arrumário electrónico das nossas experiências, emoções e ideias.
Câmara Municipal de Angra do Heroísmo, ao final do dia, com chuva.
"When I was a younger man, art was a lonely thing. No galleries, no collectors, no critics, no money. Yet, it was a golden age, for we all had nothing to lose and a vision to gain. Today it is not quite the same. It is a time of tonnes of verbiage, activity, consumption. Which condition is better for the world at large I shall not venture to discuss. But I do know, that many of those who are driven to this life are desperately searching for those pockets of silence where we can root and grow. We must all hope we find them." Mark Rothko
Via You Inspire Me
Há uma zona aqui perto de casa, chamada Fanal. De lá tem-se uma vista fantástica para S. Jorge e o Pico. O chão tem estes desenhos divertidos.
Estas duas são de um local que está classificado ou em vias de classificação: o hospital militar de Angra do Heroísmo, perto do Monte Brasil. Tive a imensa sorte de conhecer um pintor (muito interessante, na minha opinião) cujo atelier é lá dentro por empréstimo. É um local fabuloso, onde apetece ficar muito tempo.
Esta é do interior do atelier.
Continuamos a descobrir mistérios. Está a tornar-se francamente divertido.
ZM
Ontem, pela hora do jantar, fomos assistir a um pequeno concerto, no Centro Cultural de Angra do Heroísmo.
Foi muito agradável e à borla. Parece que é habitual existirem estes curtos eventos. Nada como aproveitar o que há.
Doze Ribeiras
Doze Ribeiras
Arco-Iris sobre S. Mateus, com Monte Brasil ao fundo.
Um dia desses fui espreitar as Furnas do Enxofre. É um local muito curioso, sobretudo para quem nunca viu nada do género (como era o meu caso). Existe um caminho bem balizado, que nos permite percorrer um percurso em torno de diversos buracos na terra, de onde brotam fumos com cheiro a enxofre. A cor da vegetação junto destes buracos é espantosa, dir-se-ia que estamos noutro planeta. O tempo estava muito frio e ventoso. Não havia vivalma naquela zona da ilha. Tive o privilégio de percorrer todo o carreiro em absoluta solidão. Foi divertido. As imagens não estão grande coisa, porque não tinha liberdade de movimentos para procurar enquadramentos. Servem para terem uma ideia.
Voltarei lá um dia desses, para mostrar aos garotos o hálito das entranhas da Terra e pode ser que nessa altura faça umas fotos melhores.
Junto à Estalagem da Serreta, de que falei aqui ontem, existe uma mata cuja vegetação faz lembrar muito as partes mais húmidas da serra de Sintra, como o Parque da Pena e o jardim de Monserrate. Aqui, vi os fetos arbóreos mais altos de sempre, alguns com cerca de 7 metros de altura. Aqui ficam algumas imagens desse belíssimo local.
Um local a visitar.
Descobri, um bocado por acaso, um ícone do modernismo nesta ilha. Trata-se da Estalagem da Serreta, um projecto de João Correia Rebelo, de 1965 (o ano em que nasci eu próprio), pelo qual me apaixonei à primeira vista. Depois da alguma investigação, fui visitá-lo. Tinha receio de encontrar um edifício onde não conseguisse entrar, mas afinal o problema é que além de entrar eu, já lá entrou todo o mundo. Desde saqueadores de tudo e mais alguma coisa até aos praticantes de paint ball, toda a gente já lá andou.
É um edifício absolutamente apaixonante, onde se sente, apesar da destruição, a energia dos muitos hóspedes que ali terão passado momentos inesquecíveis. O desenho é magnífico, absolutamente invisível, colado ao solo, camuflado na intensa vegetação, aberto ao Atlântico e às outras ilhas. As áreas sociais são iluminadas por gigantescos vãos, de onde se pode avistar S. Jorge, o Pico e a Graciosa. O mar é uma presença impressionante, sempre enquadrado por vãos criteriosamente colocados.
Ver um edifício destes no estado em que este se encontra dá vontade de chorar. Se tivesse forma de o fazer, teria todo o gosto em resgatá-lo do abandono a que foi votado.
Já me tinha dado conta, antes de descobrir esta maravilha, que a zona da ilha que tem (para mim) uma energia mais atraente é exactamente a zona onde ela se encontra. Provavelmente, para os dias de hoje, é um mau local para um negócio de hotelaria. É distante do aeroporto (se se pode considerar distante algo como 25 minutos de carro), e afastado dos centros urbanos que são sedes de concelho. Para mim, são ambas mais valias, mas é verdade que para o negócio poderá não ser a melhor escolha.
Aqui ficam algumas das imagens que fiz deste extraordinário edifício.
Podem ver a totalidade das fotos aqui.
Entretanto, parece que há alguém interessado em recuperar este edifício. Espero que aconteça, embora eu não pertença à fatia de mercado que irá usufruir dele. Desejo ainda que não subvertam demasiado o projecto original.
Encontrei um álbum no Picassa com o projecto de arquitectura, que por um acaso impressionante, terminou exactamente quando eu nasci (Novembro de 1965). Uma outra curiosidade é que a pessoa que divulgou este álbum chama-se Raquel. Ele há coisas...
Já agora, aqui fica uma imagem desta Estalagem, em 2007, há apenas 3 anos:
Impressionante, como um edifício de 1965 pode ter chegado até 2003 no estado que documenta a imagem anterior e estar agora no estado que documentam as minhas (3 anos depois).
É caso para pedir: por favor, acudam!
Finalmente, alguns dados históricos interessantes sobre este edifício.
Sinto na concepção deste edifício (e naquilo que imagino que tenha sido o seu usufruto, enquanto activo) a mesma paixão que senti na arquitectura de Peter Harnden e Lanfrando Bombelli, de que falei aqui. Percebe-se claramente que o arquitecto João Correia Rebelo entendeu a pré existência, que no caso suponho que fosse apenas o terreno, e construiu um edifício que se derrete na paisagem, de onde se pode contemplar o que os Açores e o Atlântico têm de mais intenso, canalizando o nosso olhar para os locais que escolheu e deixando caminhos para explorarmos o paraíso natural em que se enquadrou de forma sublime. Ver este projecto prestes a ruir, como se encontra hoje, é um profundo desgosto para quem se interessa por arquitectura. Tomara que estas imagens cheguem a alguém que tenha meios para impedir esta morte.
ZM
Tenho andado um bocado constipado, pelo que fiz uma pausa nas minhas corridas.
Hoje, fui ao centro da ilha, a uma zona que me parece muito interessante, para juntar o prazer da corrida com o prazer da descoberta. Para não vir para casa sem nada para mostrar, decidi levar comigo o telemóvel. Além do mais, tinha ainda a possibilidade de telefonar para alguém caso fosse interceptado por um touro bravo.
Aqui ficam os registos fotográficos dessa curta corrida.
Optei por praticamente não editar estas fotos. Ficam tal e qual. Apenas as redimensionei, aumentei ligeiramente o contraste e fiz Unsharp Mask. Fora isso, estão tal e qual. O que está aqui foi o que eu vi, apenas interpretado pelo processador de imagem do telemóvel.
O José Fanha, antes de se tornar famoso na Cornélia, foi meu professor de Desenho, no liceu. Este recorte é do Expresso desta semana, da secção de Economia. Curioso, não é?
Tiro o meu chapéu a ambos, ao José Fanha, e ao Nicolau Santos que foi quem publicou esta pérola.
Aqui, onde estou, fazia falta a muita gente escrever isso dentro do peito: "Nascemos para ter asas, meus amigos".
ZM
Tal como prometido, aqui ficam algumas fotos tiradas ontem nas instalações abandonadas da Pronicol, em Angra do Heroísmo.
Quando o tempo não está do nosso lado, o melhor é escolher objectivos que não dependam dele.
Não gosto muito da cor destas imagens, está tudo meio pálido, mas era a luz que havia.
Mais aqui.
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