Diário da Pandemia - Dia 9

>> sexta-feira, janeiro 29, 2021

 Há já uns dias que não vinha aqui contar do meu "confinamento". Acontece que, felizmente, tenho trabalhado bastante, pelo que não me sobra tempo para tratar deste projecto.


Estive a instalar um sistema fotovoltaico numa moradia em Belverde, que foi o sistema mais complexo que instalámos até agora. Para agravar, o cliente era altamente exigente, por isso cada dia foram 11 ou 12 horas de trabalho sem parar, para conseguir atingir a qualidade pretendida.


Num dos dias, na hora do almoço, fotografei esta Penélope, de outros tempos, no capot de uma carrinha, atrás da qual tivemos que nos esconder para poder beber um café clandestino. Quem anda a trabalhar tem que comer nalgum sítio, e comer sem uma água e sem um café, como pretende a lei, não é realista, por isso as bebidas e cafés são vendidas como álcool durante a lei seca.







Hoje, depois do almoço, fui dar uma curta volta na scooter, para manter a bateria em bom estado (tenho-a usado pouco).
Fui sem destino e o nevoeiro levou-me à Biscaia e Figueiras do Guincho. Gosto daquele sítio. Parei a mota e dei por lá uma volta a pé. Descobri uma casa que me atraiu à primeira vista. Chama-se "Casa Branca do Alto dos Píncaros", tirei a foto que se vê aqui em baixo.


Há qualquer coisa nesta arquitectura que me ficou a vibrar na retina e na memória. Tem uma energia semelhante aos fantásticos projectos da dupla Peter Harnden e Lanfranco Bombelli, em Cadaques, dos quais falei aqui num post há já uns bons anos (aqui e aqui). Quando cheguei a casa fui investigar e consegui descobrir que esta casa foi desenhada pelo não arquitecto Eduardo Anahory, em 1971 e concluída em 1973. Entretanto foi já um bocado adulterada, mas percebe-se nela aquele desenho muito cuidado do fim do modernismo, com uma distribuição orgânica, aninhada no terreno, em declive para Sul e Nascente. Os espaços sociais são muito generosos e os privados arrumados, neste caso acompanhando o declive em suaves socalcos que acabam por ligar a cobertura (parcialmente verde) com o pátio onde se encontra a piscina, frente a um gigantesco vão de 8 metros da sala para Sul. É um projecto apaixonante. Se hoje me calhasse o primeiro prémio do Euromilhões (sim, joguei), ia lá comprar aquilo e recuperar a totalidade do projecto original.
Eduardo Anahory foi casado com a actriz Graça Lobo.
Actualmente, a casa é um alojamento para surfistas, explorada por uma empresa. Têm feito alterações sem sentido, que desvirtuam a coerência do projecto, razão pela qual me daria um imenso prazer recuperar esta casa totalmente como foi desenhada. Acho-a encantadora.


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Diário da Pandemia II - Dia 4

>> domingo, janeiro 24, 2021

Na sequência do que fiz ontem, deixo aqui mais umas fotos soltas, que não são de hoje.

São duas simples imagens da minha aldeia.




As três seguintes são de uma ida à "Ponta Atlântica" para escalar, há dias. Fiz mais fotos neste dia, mas só gosto destas.









Hoje, logo pela manhã, fomos votar nas presidenciais. O meu plano era dar força à Ana Gomes, sendo certo que o candidato incumbente seria reeleito à primeira volta e que era importante para o ecossistema político nacional (do meu ponto de vista) dar um sinal claro de rejeição ao Chega e ao seu inenarrável líder. À hora a que escrevo estas linhas, já sei o resultado das eleições e confesso que estou deprimido e assustado, em partes iguais. Há demasiados eleitores Portugueses enganados pelo ódio que anda à solta nas redes sociais e caixas de comentários dos jornais. É muito triste.
À entrada para as mesas de voto, havia uns cartazes que dividiam os eleitores entre duas mesas. O primeiro nome da minha mesa, apresentado no cartaz, era justamente o meu. Vou ler isto como um sinal divino de que alguma coisa de bom está para acontecer. Deixo aqui a foto desse cartaz, que tem a graça de o nome da última pessoa dessa mesa ter um apelido dado a equívocos e dar a impressão que quem o escreveu terá tido necessidade de rasurar uma letra em falta.


Depois fui correr. Desta vez passei no Cabo da Roca e na Praia da Ursa. Aqui ficam uma imagem do Cabo da Roca em absoluto sossego (havia um silêncio inédito naquele lugar), com barreiras que impedem o acesso ao ponto geográfico mais ocidental do continente Europeu (ainda gostava de perceber porquê), e uma outra das maravilhosas Ursa e Noiva, na praia da Ursa.






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Diário da Pandemia II - Dia 3

>> sábado, janeiro 23, 2021

 À hora de correr, hoje, chovia. Mas decidi ir na mesma, e fiz bem.

Aqui ficam as fotografias tiradas durante a corrida:


Os patos numa ribeira que desagua no Rio das Maçãs, em Colares.


Lockdown - uma triste sensação que tenho presente na retina em permanência.


Mais tarde, fui com a Raquel às compras à Quinta dos Sete Nomes. Fiz aqui mais umas fotos.






Aproveito para deixar aqui imagens de outros passeios que demos nos últimos dias, já em período de confinamento:
Neste caso, fomos dar um pequeno passeio à zona Sul de Monserrate, a zona das lagoas.













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Diário da pandemia II - Dia 2

>> sexta-feira, janeiro 22, 2021

 Hoje de manhã decidi dar um dia de descanso às pernas. O tempo também não está a ajudar. Tem estado uma ventania insuportável e alguma chuva. Assim, aproveitei para ir num salto a Sintra trocar o óleo da moto, que estava já a precisar. Lá estive à conversa com o mecânico, que como quase toda a gente com quem tenho falado do tema nos últimos dias, está relativamente pessimista. Esta sensação de termos pela frente um monstro que não temos forma de controlar é bastante assustadora. Os números poderão ainda crescer durante mais algumas semanas, o que nos levará da catástrofe ao caos instalado. Sabendo que o trabalho que tenho agora depende em larga medida da situação sanitária global, estou bastante preocupado, mas sem qualquer controlo no que os próximos dias possam trazer-nos. São os ingredientes do trauma. Not good.

Quando saí da oficina, rumei a Cascais, apenas para ver os barcos. Está tudo vazio, fechado, triste. Cascais está sem luz, com aquela roda gigante abandonada frente à baía, envergonhada. Devia ter tirado fotos. Tenho que me lembrar mais disso.

Para já, deixo mais duas tristes imagens do estado em que está a minha aldeia.



Estes são os bancos em que os velhotes costumam sentar-se a ver passar os dias. Já nem isso lhes é permitido. Não me atrevo a criticar a decisão, mas registo que me transmite uma grande tristeza.


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Diário da Pandemia II - Dia 1

>> quinta-feira, janeiro 21, 2021

 Lá estamos de volta ao confinamento. A partir da próxima segunda-feira já não haverá escola outra vez. Não sei ainda que impacto irá tudo isto ter no meu trabalho. Tentarei manter aqui mais uma vez um diário da pandemia.

Hoje trago 3 fotos que fiz durante as corridas da manhã.

Aqui temos a foz do Rio das Maçãs depois da intensa chuvada de ontem. Este monte de "detritos" foi trazido pelo rio e ficou encravado na passagem das pedras já na Praia das Maçãs. Era impressionante a quantidade de plástico, incluindo duas bolas de futebol, que estavam no meio destas canas.


Voltámos aos parques infantis encerrados com fitas. É uma das mais tristes ilustrações destes confinamentos. É um cenário que não deixa de me impressionar. Acho-o deprimente.


Este é o aviso que suponho que tenha pertencido ao parque infantil da Aldeia da Praia, mas fotografei-o no chão do lado oposto da estrada. Faz parte do mesmo triste cenário de impedimento da alegria infantil. É proibido ser feliz. Haveremos de lembrar para sempre estes dias com um peso no peito.


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Dois passeios ao mesmo sítio, na aldeia de Almoçageme.

>> segunda-feira, janeiro 11, 2021

À excepção da primeira foto desta publicação todas as restantes foram feitas durante dois passeios ao mesmo lugar, o primeiro no Domingo, durante o período do recolher obrigatório (para aproveitar o Sol), o segundo na Segunda, também à tarde.
Todas as fotos foram feitas com a minha velha Nikkor 20mm AF 2.8. Gosto imenso desta lente.
O conjunto acaba por mostrar o quanto vivemos verdadeiramente no campo. Fomos a pé e não nos levou mais de 10 minutos a chegar à zona das hortas, pomares e campos de azedas.

Matias concentrado nalgum jogo ou vídeo do computador.

O largo da aldeia, o início do passeio.

No início da Rua da Fonte.

Uma vista para Norte, com os bombeiros lá ao fundo.

Terra acabada de lavrar. Uma beleza.

As azedas estão por todo o lado.

Um poço seco. Perigoso, já agora.

O pomar.

No meio das ervas.

Simão a correr no campo.




Pórtico da entrada do terreno.

 

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Despedida de 2020 em Sintra

>> sexta-feira, janeiro 01, 2021

Para dizermos adeus em beleza ao estranho e inesquecível ano de 2020, fomos adoçar a boca à Vila de Sintra. Fomos à Piriquita, comprámos uns travesseiros e fomos comê-los na esplanada do Café Paris. Não podíamos ficar no café a comê-los porque estávamos com a Xica e não a deixaram entrar, e na rua também não foi possível porque começou a chover à bruta.

Acabámos nas arcadas do Paço Real para nos abrigarmos da chuvada. A canalha não se importou nada com o recreio abrigado.
















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