Foto do dia
>> sexta-feira, dezembro 28, 2007
Photo by ZM
Nikon D80
18-70 AF-S DX @ 70mm
1/125 F4.5
Arrumário era o nome que a pequena Madalena dava aos armários. Este blog é o arrumário electrónico das nossas experiências, emoções e ideias.
Photo by ZM
Nikon D80
18-70 AF-S DX @ 70mm
1/125 F4.5
No post em que falei da Casa da Moagem do Fundão disse que colocaria aqui as outras fotos que tinha feito. Entretanto já me tinha esquecido delas e venho agora corrigir esse erro, na sequência de um pedido da Dora.
Do ponto de vista do projecto, não posso manifestar-me com clareza porquanto não vi quase nada para além do exterior. Além disso não conhecia a pré-existência, pelo que apenas posso dizer que o que lá está me parece muito interessante.
Em todo o caso, aqui vos deixo a apreciação feita pelo arquitecto Miguel Taborda, um fundanense de gema, que parece não ter ficado muito satisfeito com o resultado final:
Identidade perdida I
Identidade perdida II
Como diria qualquer fundanense: bem hajam!
Votos renovados de um estupendo 2008.
ZM
Este é o primeiro prédio do complexo Lagoas Park que me parece interessante. As fachadas em vidro continuo a achar uma aberração, mas neste projecto foram utilizados alguns recursos que podem de alguma forma minimizar o impacto dos ganhos solares excessivos.
Na fachada Sul, da qual vemos uma parte na imagem, irão ser colocadas umas lâminas fixas (pelo que vi da imagem exposta antes da construção) para sombreamento dos vidros. A entrada Sul é recortada da fachada e tem junto ao solo uma cascata de água com uma área considerável. Julgo que a ideia será baixar a temperatura daquela espécie de poço virado a Sul, pelo efeito da evaporação daquela água. As escadas de serviço, ao contrário de todos os outros prédios do empreendimento, são abertas para o exterior. A cobertura é um terraço, aparentemente acessível aos locatários.
Para já ainda não está terminado, mas quando estiver mais avançado fica desde já a promessa de que actualizarei a reportagem.
PS: o lixo que se vê na foto é do vidro que estava entre mim e o prédio, não é do vosso ecrã nem da minha lente.
Bom ano de 2008 para todos.
O blog Serra de Sintra, que tem desenvolvido um excelente e teimoso trabalho de divulgação do património da zona, bem como denúncia de diversos atentados e abandonos a que esse mesmo património tem estado sujeito, apresenta agora o primeiro dos anunciados folhetos de percursos no Parque da Pena. O Arrumário tira desde já o chapéu a esta iniciativa e recomenda vivamente que os caríssimos leitores imprimam o folheto e aproveitem o fim de semana do Natal para fazerem a primeira incursão guiada ao Parque da Pena.
Apetecia-me dizer, mas não posso, que há formas de poupar o elevado preço do bilhete de entrada, que infelizmente parece cair sempre em saco roto.
Feliz Natal para todos.
Já agora, de fugida, aproveito para publicitar a página oficial do Colégio Catarina de Bragança.
Claramente, o melhor colégio do mundo.
ZM
Não ando com tempo para nada. Tenho tanto para contar e não consigo passar 10 minutos sentado ao teclado.
Só para não dizerem que isto morreu, aqui ficam os links para as 2 fotos mais recentes da minha galeria Pbase.
Moagem do Fundão
Azenhas do Mar num dia de Inverno
ZM
No fim-de-semana passado fomos de propósito ao Fundão para ver um espectáculo de Carlos Zingaro e de Francis Plisson, este um dançarino (e julgo que coreógrafo), aquele um fabuloso violinista e "maquinista".
Claro que tínhamos mais para ver no Fundão que, diga-se de passagem, é uma cidade muito atraente, com ar de comunidade estruturada, onde parece que as pessoas vivem com alguma qualidade. Tínhamos o edifício da Moagem, onde decorreu o espectáculo e sobre o qual falarei num outro post e tínhamos o Fundão e as suas imediações, onde fizemos uma corridinha matinal, daquelas de gelar um vulcão, armados em José Sócrates da Beira.
Antes de irmos para o Fundão, como já ficou dito, deixámos os garotos com os avós. Para já, aqui ficam mais 2 imagens desse "deixamento". Gosto particularmente da foto em que o avô aponta o caminho. Tomara que o possa fazer por muitos e bons anos. Estes farois, estas referências, são o que sustenta o edifício da pessoa ao longo da vida.
Lourenço, pensando nas couves da consoada.
O avô aponta o horizonte.
Chegados ao Fundão propriamente dito, fomos de corrida jantar "à aldeia", onde comemos um magnífico bacalhau assado, regado com Quinta dos Currais (que recomendo vivamente). Logo depois fomos até à Moagem, onde o espectáculo estava prestes a começar.
Chamava-se L'echo de mon corps répété dans le batement d'une aile murmurante.
No palco estava o Carlos Zingaro, ao comando das máquinas, com o seu ar tranquilo, como se nem lá estivesse, e Francis Plisson, de torso nú, quieto como uma estátua.
O ambiente era quente, vermelho como o sangue. Havia uma cama da qual escorrera um sonho escarlate que se derramara por todo o palco, como um mar sobre o qual pairava a figura de Francis, vestindo apenas umas calças de samurai. Havia ainda 2 espelhos irregulares, como janelas amarrotadas, reflectindo aquele oceano de sumo de sonho.
A figura começa a mover-se, sem qualquer som ou música, gerando ruído, como se todo o corpo fosse um microfone gigante. O movimento gerava sons de marulhar, de restolhar de roupas, que iam sendo gravados pelas máquinas de Zingaro e logo repetidos, re-alimentando o movimento do dançarino.
Zingaro era o tranquilo timoneiro daquela nave alucinante, recolhendo os sons de borboleta gerados pelos movimentos de Francis e logo os disparando de novo, excitando cada vez mais o dançarino.
Fomos assistindo a este distúrbio, por vezes alimentado também com alguns sons de violino, com ritmo e violência crescentes, dando a impressão que Francis se iria engolir a si próprio. Os braços pareciam não lhe pertencer, tal era a energia com que se moviam, como asas em alvoroço. Depois, numa espécie de êxtase, foi-se acalmando, abraçando o próprio corpo, deitando-se finalmente no tal leito, escorrendo ele também até submergir no mesmo mar de sonho.
Tivemos ainda tempo de ouvir um belíssimo poema, em francês:
"Je te flore
tu me faune
Je te peau
je te porte
e te fenêtre
tu m'os
tu m'océan
tu m'audace
tu me météorite
Je te clef d'or [como na Bele et la bête]
je t'extraordinaire
tu me paroxysme
Tu me paroxysme
et me paradoxe
je te clavecin
tu me silencieusement
tu me miroir
je te montre
Tu me mirage
tu m'oasis
tu m'oiseau
tu m'insecte
tu me cataracte
Je te lune
tu me nuage
tu me marée haute
Je te transparente
tu me pénombre
tu me translucide
tu me château vide
et me labyrinthe
Tu me paralaxe
et me parabole
tu me debout
et couché
tu m'oblique
Je t'équinoxe
je te poète
tu me danse
je te particulier
tu me perpendiculaire
et soupente
Tu me visible
tu me silhouette
tu m'infiniment
tu m'indivisible
tu m'ironie
Je te fragile
je t'ardente
je te phonétiquement
tu me hiéroglyphe
Tu m'espace
tu me cascade
je te cascade
à mon tour mais toi
tu me fluide
tu m'étoile filante
tu me volcanique
nous nous pulvérisable
Nous nous scandaleusement
jour et nuit
nous nous aujourd'hui même
tu me tangente
je te concentrique
Tu me soluble
tu m'insoluble
tu m'asphyxiant
et me lebératrice
tu me pulsatrice
Tu me vertige
tu m'extase
tu me passionnément
tu m'absolu
je t'absente
tu m'absurde"
Só achei o espectáculo muito curto. De resto foi surpreendente e muito belo.
No dia seguinte tomei algumas imagens do edifício da Moagem. Conto apresentá-las brevemente.
ZM
MATT STUART
SHOOTS PEOPLE
http://www.mattstuart.com/
Isto tem estado complicado. Tenho várias coisas na forja para colocar aqui, mas não tenho tempo. Lá chegaremos. Entretanto aqui fica o eco de uma das mais fabulosas galerias fotográficas que já vi. Prestem atenção aos detalhes.
Como fotógrafo amador, este é um horizonte muito atraente e motivador. Dá vontade de apanhar o primeiro voo para Londres e tentar "ver" como Matt Stuart. Eu arriscaria dizer que este homem é cego de um olho. Parece-me impossível uma pessoa com os 2 olhos a funcionar conseguir ver estas imagens antes de elas estarem esmigalhadas num ecrã.
Bom fim-de-semana.
ZM
© Blogger template Simple n' Sweet by Ourblogtemplates.com 2009
Back to TOP