Nota prévia: antes de partir para a segunda parte da aventura carreguei a bateria da máquina compacta digital. Depois guardei o carregador na mochila que ficou no carro.
Mais tarde dar-me-ia conta de que a bateria carregada tinha ficado dentro do carregador. A bateria que estava na máquina não me durou mais do que 5 ou 6 fotos. Por isso quase todas as fotos deste post são digitalizações de slides. Lamento a pouca qualidade das imagens, embora ache que valem a pena.
Um dia destes marcamos uma apresentação destes slides "ao vivo" e a cores. Os leitores mais interessados poderão também assitir.
Passemos à história (que vai ser longa):
A conquista do Vignemale pela via Príncipe da La Moskowa tinha-nos enchido a barriga (a das pernas, claro está, que ficou cheia de ácido láctico). Dormimos uma noite no camping San Nicolás, ainda sob o efeito da imensa ventania, que me foi esmigalhando a tenda sobre a cara durante quase toda a noite. Cheguei a temer que fossemos terminar a noite nos sanitários do camping, depois de termos a tenda em trapos, mas acabámos por acordar de um sono tranquilo, já o sol se erguera, despertados pelos chocalhos das vacas que pastavam encostadas à tenda.
Voltámos a preparar as mochilas para uma actividade de 3 dias, bebemos o café que não teríamos até ao nosso regresso a este ponto, e começámos calmamente a percorrer o mesmo caminho que tínhamos descido na véspera.
O nosso destino, desta vez era o Puerto de Bujaruelo ou de Gavarnie, que se situa a 2.273m de altitude (partíamos de 1.338m). Apenas os primeiros 300m de desnível são empinados, o restante é um belíssimo vale de onde íamos admirando os vales do Ara, de Otal e do Bujaruelo, à medida que ganhávamos altura.
Chegados ao Puerto, fizemos o nosso breve contacto telefónico por SMS (só nestas passagens de montanha íamos tendo rede de telemóvel) e prosseguimos o percurso até ao refúgio de Sarradets, também conhecido por refúgio da Brecha de Rolando.
Este refúgio é uma caixa de surpresas, umas boas outras péssimas. Está numa localização fantástica, com uma vista das mais belas que alguma vez vi de um refúgio e só o vemos quando vencemos o último colo, após atravessarmos um curto glaciar coberto de neve. Do terraço do refúgio avista-se o circo de Gavarnie, a Brecha de Rolando e toda a crista de cumes que leva até à zona do Monte Perdido.
O nosso objectivo para o dia seguinte era ambicioso: pretendíamos passar a brecha para o lado espanhol (desde o Puerto de Bujaruelo que estávamos em território francês) seguir o percurso mais próximo da cumeada até ao Piton SW do Cilindro de Marboré (3.325m), escalar este último, descer de novo ao Lago Gelado e subir o Monte Perdido (3.355m).
Eu estava ansioso por conhecer o tal percurso, que segue sempre muito próximo dos 3.000m de altitude, e por escalar o Cilindro, porque tem uma trepada de rocha e porque supunha que teria vistas magníficas sobre o Monte Perdido. A ascensão do Monte Perdido tinha ficado agendada porque o David nunca a tinha feito, mas para mim, apesar de repetente, era a cereja no cimo do bolo, porque fiquei completamente encantado com esta montanha. Continuo a achar que é a mais bela montanha que subi até hoje.
Passámos todo o resto desse dia a apanhar sol no terraço do refúgio e a apreciar as lindas figuras que faziam as pessoas que desciam da Brecha (sobretudo os ingleses e os americanos), algumas aos trambolhões, outras em sku, outras muito devagarinho, como se um escorregão fosse inevitavelmente matá-las. Precisávamos de poupar as pernas para o dia seguinte, por isso limitámo-nos a jiboiar e cortar na casaca de quem desfilava no nosso campo de visão.
Partilhámos a mesa do jantar com uns catalães que tinham chegado ao mesmo tempo que nós e que foram directamente ao Taillón (3.144m), sem crampons. Não tinham trazido equipamento de neve porque supunham que não iriam encontrá-la.
O ambiente dos refúgios de montanha é muito engraçado, porque estamos todos ali com objectivos semelhantes e vamos acabando por falar todos uns com os outros, fornecendo informações sobre o que fizemos ou recolhendo informações sobre o que tencionamos fazer.
Numa mesa ao lado da nossa estavam uns franceses a falar do Cilindro de Marboré, pelo que entabulámos conversa em busca de informações. Soubemos que iam também escalar o Perdido e o Cilindro no dia seguinte, por esta ordem (nós faríamos o mesmo pela ordem inversa). A diferença é que eles tencionavam retornar ao Sarradets e nós desceríamos para o Goriz, que é o de acesso à via normal do Monte Perdido, no final do Vale de Ordesa. Por essa razão eles teriam que sair mais cedo, mas foi uma troca de impressões muito produtiva e fiquei mais descansado em relação à trepada final do Cilindro, descrita por eles como muito simples.
Mal sabíamos nós que na manhã seguinte iríamos desesperar à espera que alguém se dignasse receber o nosso pagamento para que pudéssemos finalmente empreender a nossa marcha.
Quando nessa noite nos perguntaram a que horas pretendíamos o petit déjeuner dissemos que tínhamos o nosso próprio petit déjeuner (o tal cocktail de que falei no post anterior). Nessa altura devíamos ter sido informados de que era melhor tratar já do pagamento da estadia porque naquele refúgio, ao contrário do que acontece em todos os outros que conheço, o pessoal passa a manhã na cama.
Todos sabemos que os refúgios de montanha não são hotéis, nem sequer de uma estrela, mas há detalhes que são muito simples e que fazem toda a diferença entre um bom e um mau refúgio. Em quase todos eles o de Sarradets tem que ser classificado como um mau refúgio. Há apenas 2 cagadeiras, e ambas despejam os respectivos dejectos directamente numa encosta da montanha. Os beliches em que dormimos são em 3 níveis – nós ficámos no mais alto – mas o espaço não é distribuído de forma equitativa, em particular o nível que nos calhou na rifa é tão junto ao tecto que não permite que nos sentemos na cama. Se alguém acordar assustado e se erguer rapidamente terá que ser evacuado de helicóptero com um traumatismo craniano. De resto todo o refúgio tem um ar abandonado, sujo, mal mantido. A somar à má impressão com que já estávamos, na manhã seguinte, quando pretendíamos sair, por volta das 6:30h, não havia ninguém disponível para receber o pagamento da estadia e nos devolver o cartão de federados que nos faria falta no refúgio seguinte. Como não gostam de se levantar cedo, os responsáveis deste refúgio perguntam às pessoas a que horas pretendem sair para deixarem os pequenos-almoços prontos e cada um que se oriente. Claro que, já que estávamos ali a perder tempo à espera, aproveitámos para beber uma taça de café cada um à conta dos preguiçosos.
Acabámos por só conseguir sair já depois das 07:00h da manhã, com mais de meia hora de atraso sobre o horário previsto.
Já tínhamos tudo pronto, bastou calçar os crampons e iniciar a subida em direcção à Brecha.
As nuvens formavam um lençol abaixo da altitude a que estávamos, que enchia todo o Circo de Gavarnie. Um daqueles espectáculos que compensam qualquer sacrifício.
A aproximação à Brecha de Rolando é relativamente simples e cada vez vamos ficando mais embasbacados com a beleza daquela formação rochosa. Só quando passamos por ela nos apercebemos de quão finas são as lâminas de rocha de cada lado da brecha, com cerca de 100m de altura e apenas alguns metros de espessura.
Nós sabíamos que tínhamos que virar à esquerda logo após a brecha e seguir encostados à rocha. Um pouco adiante tínhamos uma passagem com correntes, chamada o Paso de Los Sarrios, que leva ao Cuello de Los Sarrios. Depois o caminho segue junto à crista de cumes, mas não tínhamos bem a certeza por onde. Seguimos um rasto de crampons recentes, que supúnhamos que fosse dos 2 franceses que tinham conseguido sair a horas.
Lembro-me de ter visto um “hito” (os montes de calhaus que marcam os percursos na montanha) à esquerda do caminho que seguíamos, e de o ter achado fora de sítio. Bastante mais adiante no caminho iríamos aperceber-nos que esse “hito” nos chamava na sua direcção, mas nós, cegos, deixámo-nos conduzir por uma massa de rocha que nos fez perder perto de 2 horas para retomarmos o caminho original.
Lembrava-me de falar com o Daniel (do Montanhacima) sobre este caminho e de ele dizer que havia que vencer vários socalcos para conseguirmos manter-nos na cumeada, mas nós não voltámos a encontrar nenhum destes socalcos após o Paso de Los Sarrios. Muito tempo depois do “hito” ignorado reparei que o meu altímetro indicava quase 300m menos do que devia. Rapidamente se tornou evidente que nos tínhamos enganado e fomos sendo empurrados pela Faja Roya (uma enorme falha rochosa, que não vimos na carta) numa direcção que não pretendíamos.
Após algumas imprecações que não posso reproduzir aqui, decidi começar a escalar a tal Faja em busca do rumo certo. Felizmente conseguimos encontrar uma zona em que após 2 trepadas em rocha e mais um bom bocado de subida já em neve conseguimos finalmente voltar ao caminho que pretendíamos seguir, quase 300m acima de onde estávamos antes. Isto teve duas consequências negativas, uma é que perdemos mais de 2 horas, incluindo o atraso da saída, e a outra é que perdemos a vista para o Circo de Gavarnie que se tem da crista de cumes e que era uma das motivações da escolha deste percurso.
Entretanto, quando finalmente avistámos o Cilindro de Marboré já não tivemos pachorra para dar a volta pelo seu lado Sul e subir o corredor que leva do Lago Gelado ao ombro entre o Cilindro e o Piton SW.
Decidimos subir o corredor do lado poente, que nos levava directamente do nosso percurso ao tal ombro, pese embora o facto de este corredor ter provavelmente quase o dobro da extensão. Como já disse, nos corredores é que eu me safo, por isso, uma vez mais, fui o primeiro a arribar ao pequeno colo entre o Cilindro e o Piton.
O David, que não gosta muito de alturas, estava apreensivo com a posterior descida, sobretudo (imagino) porque a visibilidade para o lado do Lago Gelado e do Monte Perdido começou a ficar totalmente tapada com nuvens a partir do exacto momento em que chegámos ao colo, transformando o corredor que teríamos que descer numa espécie de tobogã da Alice no País das Maravilhas, cujo fim se perdia algures no espaço.
Soubemos mais tarde que, com uma surpreendente e cirúrgica dose de azar, tínhamos perdido totalmente a vista entre o Cilindro e o Perdido precisamente por nos termos atrasado as tais 2 horas. É que ao longo de toda a semana, exactamente às 13:00h as nuvens subiam do Vale de Ordesa e tapavam o Perdido e vizinhança. Se tivéssemos chegado a horas, as nuvens já só nos apanhavam na descida para o refúgio de Goriz, assim voltámos a ficar sem vista a partir dos cumes.
A subida ao Cilindro a partir do ombro faz-se sem crampons. Começa com uma trepada de rocha, que se tornou muito simples porque já lá estava uma corda fixa e bastou utilizarmos uns bloqueadores para o fazermos em segurança. Mais adiante houve outros passos de trepada, de que ninguém tinha falado antes, mas que se revelariam assustadores, embora fáceis tecnicamente.
Achei o cume propriamente dito bastante mais longe do ombro do que supunha, mas acabámos por lá chegar. Estávamos novamente a 3.325m de altitude, com alguma vista para o lado do Vignemale (que continuava embrulhado em nuvens), mas com a vista completamente tapada para o lado Este, para o Balcón de Pineta, Circo de Pineta e para o próprio Monte Perdido. Tive vontade de enfiar o piolet na cabeça dos imbecis do Sarradets que nos tinham feito perder tanto tempo na saída (a outra pioletada tinha que ser na minha própria cabeça por me ter perdido).
Enfim, algo desconsolados lá voltámos ao colo onde tínhamos deixado as mochilas e os crampons.
Fiz a descida para o Lago Gelado em passo de corrida, no meio do nevoeiro, e sentei-me calmamente à espera do David que vinha mais acagaçado.
Tínhamos ficado de decidir se subiríamos o Perdido ou não, mas eu, quando me apanhei no Lago Gelado a olhar para o corredor que leva ao seu cume, comecei a tremer como se houvesse uma sereia a cantar lá no alto. Pensei que era profundamente estúpido estar cheio de vontade de subir uma montanha que já tinha averbado na caderneta e de cujo cume não teria qualquer vista, mas o frémito que me invadia as pernas era absolutamente incontrolável.
Quando o David chegou junto de mim, perguntou com um ar apreensivo porque estava eu de capacete e eu olhei para a Cuspideira e disse que era para subir o Perdido. Tivemos ali um debate, com muitas forças opostas, em que eu pretendia que ele subisse, ele não estava para aí virado, mas dentro de mim havia alguma coisa magnética, muito forte, que não me deixou virar costas ao cume. Acabámos por decidir que ele ficava no Lago Gelado e eu ia lá acima e já vinha.
Levei apenas o piolet, a máquina fotográfica, umas barritas para o caminho e muita, muita "ilusion". Fui subindo, sozinho, pensando o quanto é sem sentido esta atracção pelos cumes. Por mais que pense nisso, não consigo compreender este feitiço que nos apaixona pelas montanhas, mas eu ia claramente a caminho de um encontro amoroso.
Demorei cerca de 50 minutos a chegar ao cume, tendo-me cruzado quase no início com um grupo que descia. Estou portanto condenado a subir sozinho ao Perdido. Como já disse, apesar de ser a única montanha que já subi 2 vezes, considero-a a mais bela de todas. Em lugar de saciar-me, cada vez que lá vou mais me apetece voltar. Enquanto estive no cume fui tendo umas nesgas de vista sobre a zona da Pineta, já que do lado do Cilindro continuava a não se ver nada. Acho que comecei aí a pensar na próxima via por onde voltarei a subir este monte. Felizmente há ainda muitas por fazer.
Julgo que não demorei mais do que 10 minutos a descer até junto do David, que entretanto tinha felizmente enchido os cantis com água. Eu vinha leve e literalmente a correr, sobretudo desde que passei a Cuspideira. Sentia-me verdadeiramente preenchido. Todos os objectivos propostos estavam cumpridos. Restava chegar com saúde ao refúgio de Goriz.
Devemos ter demorado perto de hora e meia a chegar ao Goriz. Depois da experiência negativa do Sarradets, este refúgio e os seus simpatiquíssimos guardas pareciam-nos um verdadeiro luxo.
Na manhã seguinte, após pagarmos a estadia, já não nos sobrava dinheiro vivo para trazer umas T-shirts (e o Multibanco estava avariado :-) ) pelo que o Ibán, o responsável do refúgio, nos propôs que levássemos as t-shirts e deixávamos-lhe o pagamento no refúgio de Bujaruelo, após termos levantado dinheiro em Torla. Este tipo de atitude deixa-me esmagado, por isso junto com o dinheiro deixámos-lhe uma garrafinha de vinho branco português, igual à que tínhamos deixado submersa no rio Ara à nossa espera.
A derradeira jornada de caminho que tínhamos pela frente até chegarmos ao carro viria a revelar-se ainda um enorme esforço, embora com algumas experiências agradáveis, mas os objectivos estavam todos cumpridos e isso dava-nos outro alento.
Tínhamos decidido regressar a Torla (para levantar dinheiro) por um caminho pouco convencional, mas que passava numa zona que queríamos conhecer: o Circo de Cotatuero, as suas respectivas clavijas e a visão da impressionante Punta Gallinero, onde tivemos a sorte de ver gente a escalar. O refúgio de Goriz fica a 2.200m de altitude. Foi de lá que saímos em direcção ao Cuello de Millaris (2.457m), de onde teríamos uma vista magnífica de toda a crista que não tínhamos conseguido seguir no dia anterior, bem como de toda a trepada que tivemos que fazer para corrigir o engano.
Nesse ponto virámos à esquerda, na direcção do Circo de Cotatuero, que demoraríamos ainda algumas horas a atingir. Nesta zona o Parque de Ordesa tem obstáculos quase intransponíveis. É mesmo preciso encontrar os percursos marcados com "hitos", caso contrário desembocamos no alto de uma falésia e não temos meio de chegar ao próximo "hito", que vemos lá ao longe.
Acabámos por ter que percorrer uma linha da água (talvez deva chamar-lhe uma garganta) que viria a revelar-se algo complicada para as nossas pernas massacradas por 5 dias seguidos de sobe e desce e para os nosso pés já quase em carne viva.
Acabámos por atingir a parte superior do Circo de Cotatuero, com o que isso implica de êxtase. Ficámos quase sem respiração perante a vista do Vale de Ordesa, cerca de 800m abaixo. O Circo é um anfiteatro de rocha vertical, que tem de um lado o famoso Gallinero (uma das míticas paredes de escalada de Ordesa) e do outro a negra falésia da Fraucata.
Para vencer este obstáculo é necessário começar por descer pelas tais Clavijas, que são uns enormes ferros cravados na rocha e que não são de forma nenhuma próprios para cardíacos. Mais tarde disseram-nos que este local é palco de muitos dos acidentes que se dão nesta zona. Na realidade é possível passar tudo aquilo com segurança, porque estão lá cabos de aço para isso, mas a maioria dos turistas que ali passa nem sabe o que é um arnês. Voltámos a ficar surpreendidos com o tipo de turistas com quem nos cruzámos acima das Clavijas e que eu juraria que não seriam capazes de lá passar, mas o facto é que estavam ali e não deverão ter chegado de helicóptero.
Abaixo das Clavijas há ainda um longo carreiro que serpenteia encosta abaixo para vencer os 600 ou 700m de desnível até ao fundo do Vale de Ordesa. Depois de chegarmos à Pradera (o local onde as pessoas deixam os carros) tirei o meu chapéu aos casais de namorados e de gordos que vimos acima daquele obstáculo impressionante.
Nessa altura já não nos apetecia muito continuar a caminhar. Tínhamos feito tudo o que planeáramos, dentro dos prazos previstos. Começámos a ansiar por uma boleia, mas àquela hora todos os carros subiam a caminho do estacionamento e não de regresso a casa. Finalmente passou um carro com matrícula portuguesa – o único que vimos naquelas paragens em todo o tempo – e o David pediu boleia. Dispuseram-se logo a parar, mas claro que os mandámos seguir porque iam no sentido contrário. Então comentámos que, sendo portugueses, estariam de regresso dentro de minutos e pouco depois isso de facto aconteceu. Desta vez pararam mesmo, mas qual não é o nosso espanto quando percebemos que se tratava de Holandeses! Era um pai e um filho que vivem em Portugal e que tinham subido à Pradera para reconhecerem o local onde deixariam o carro no dia seguinte para fazerem um trek de 5 dias pelo Parque. Felizmente deram-nos boleia para Torla.
Abancámos no café, retirámos as botas dos pés e desatámos a comer bocadillos e a beber Coca-cola. Depois fomos levantar dinheiro para deixar como pagamento das T-shirts e empreendemos a longa caminhada de volta ao nosso ponto de partida. Tenho que confessar que aqueles 9Km que nos separavam do Bujaruelo foram uma verdadeira tortura, mas o banho quente e o Caril de Tofú com cogumelos, regado com o branco refrescado no leito do Ara, foram o merecido prémio para a nossa mais longa e divertida aventura nas montanhas. Acabámos a noite à conversa com os guardas do refúgio de Bujaruelo, na companhia de umas cañas fresquinhas.
Não fosse o facto de o tempo nos ter pregado algumas partidas, traria na memória da retina as mais fantásticas paisagens que já percorri.
Assim, vou ter que lá voltar para o ano…
ZM
Read more...