Os Biscoitos é uma povoação, do lado Norte da ilha Terceira, onde há uma conhecida e frequentada zona balnear, muito bonita.
Outro dos valores desta povoação é o vinho dos Biscoitos, que tem muito em comum com o vinho de Colares, até no sabor, um pouco seco.
No Sábado passado, fomos assistir ao arranque das vindimas, com uma festa folclórica, muito divertida. Quando chegámos ao museu do vinho, já tinha partido o carro de bois que foi à vinha buscar as uvas para moer.
Chegámos a tempo de ver chegar as uvas. As cepas crescem nuns "cerrados", se assim se podem chamar, limitados por muros de pedra e com o chão também coberto dessa pedra preta. As pernadas das cepas estão espalhadas sobre as pedras vulcânicas e recebem delas o calor acumulado. Num lugar onde o Sol nem sempre abunda, é uma forma de as aquecer.
Deve ser por isso que este vinho sabe tanto a rocha, a chão e simultaneamente a maresia, um pouco como o sabor do de Colares, que partilha com este essa forma improvável de crescer sobre um solo que parece tão pouco fértil. As uvas crescem à custa de trabalhos e da força da antiga lava. Isso sente-se no vinho branco dos Biscoitos como se estivéssemos a beber a seiva da terra.
Ver "fazer" este vinho, fez-me perceber melhor o quanto é um produto especial e inigualável.
Toda a gente foi calcar as uvas, com os pés descalços. Os meus dois filhos mais velhos não se fizeram rogados e também por lá andaram a transformar as uvas em sumo.
A colecção dos sapatos.
Conversa de dentro para fora do tanque de pisar.
Depois entrou o grupo da cantoria para animar quem pisava.
Os resistentes... entre os quais, claro, a Madalena.
Finalmente, o sumo a jorrar, para encher as vasilhas, onde será depois transformado em vinho.
Para quem queira provar um produto único no mundo, é apressarem-se a ir lá e trazerem algumas garrafas, porque dentro de muito pouco tempo já não haverá quem continue esta tradição.
Galeria completa aqui.
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