Tourém - IV
>> quinta-feira, janeiro 31, 2008
Aqui fica mais um conjunto de fotos. Estas são todas em Pitões das Júnias, excepto a última, que foi feita em Outeiro, ao final do dia.
ZM
Arrumário era o nome que a pequena Madalena dava aos armários. Este blog é o arrumário electrónico das nossas experiências, emoções e ideias.
Aqui fica mais um conjunto de fotos. Estas são todas em Pitões das Júnias, excepto a última, que foi feita em Outeiro, ao final do dia.
ZM
No dia em que cai o ministro da Saúde, provavelmente na sequência do episódio aqui caricaturado, não posso deixar de divulgar esta peça.
Este homem é um senhor (o Ricardo)
ZM
Tal como prometido, aqui ficam mais algumas fotos de Tourém e Pitões das Júnias.
Aqui vemos um lameiro, fotografado entre Tourém e Pitões das Júnias. Os lameiros são estes prados encharcados por um engenhoso sistema de canais, por onde a água é conduzida de uma forma surpreendente.
Estendal na floresta. Encantador.
Este marco, à entrada da povoação, está a pouco mais de 1Km de Espanha.
Moinho de água, no percurso pedestre do contrabando.
As 2 fotos anteriores mostram mais 2 exemplos de lameiros.
Currais do PS.
Forno comunitário de Tourém. Uma construção impressionante. Actualmente não é utilizado.
Torre do relógio e infantário. Tourém.
Aspecto do Quarto da Cozinha, onde dormimos, n'A Casa dos Braganças.
Vista da janela do quarto.
Castelo de Montalegre, à noite.
Taberna Casa Celta, em Pitões das Júnias. Um espaço acolhedor, explorado pelo ex-padre Cascais. Se visitarem Pitões das Júnias, não percam esta taberna. Comemos lá o melhor presunto e o melhor chouriço de sempre, acompanhado de tinto alentejano, a preços inacreditáveis, servidos com uma simpatia a que já não estamos habituados.
Pitões das Júnias, junto à famosa Casa do Preto.
Ficámos hospedados n'A Casa dos Braganças, em Tourém. É um alojamento de Turismo de Habitação, onde provavelmente qualquer um se sentirá verdadeiramente em casa. Voltarei a falar disso noutro post.
ZM
Existe um novo blog que divulga arquitectura: Directório Arco.
Parece-me ser muito interessante.
Obrigado Pedro, pela referência. Já consta nos meus links ali do lado.
ZM
O nosso fim de semana em Tourém começou, como habitualmente, na casa dos avós, onde fomos entregar as crias para podermos seguir viagem como 2 namorados, livres de amarras, fraldas, chuchas, choros, birras, biberões, noites mal dormidas e alvoradas às 7:00h da manhã.
A "quinta" dos avós é um lugar muito inspirador em termos de imagens. Para já fiquem-se com estas.
As botas do cavador (o avô), a secarem ao sol.
O campino Lourenço, a javardar na terra.
Os futuros pés de salsa, que tanto animam as comezainas cozinhadas pela avó.
Um outro canteiro, já nem sei bem de quê.
Para quem não conhece as fotos anteriores, aqui fica o link para a galeria toda:
Ataíja
Este fim-de-semana (mais 2 dias) fomos respirar ares da região do lameiro, do fumeiro e do enchido. Estivémos em Tourém, uma aldeia com uma localização inverosímil, mas muito simpática.
Para já deixo aqui apenas 3 imagens para aguçar o apetite. Quando conseguir ter mais um tempinho voltarei com mais pormenores.
Igreja do Castelo
Pitões das Júnias
Os velhotes
Pitões das Júnias
Outeiro
Se for caso disso, vão passando por cá.
ZM
Em Abril de 2005 falei aqui de um fotógrafo que conheço, que tinha tido a sorte de fotografar a Casa do Cipreste. O seu nome é Thorsten Hümpel e, além daquela casa, fotografou inúmeros outros edifícios interessantes da zona de Sintra. Alguns dos trabalhos foram publicados, outros não.
Entretanto a vida em Portugal foi-se tornando cada vez mais difícil, como para todos os que cá continuamos teimosamente a viver, e o apelo do Sol não conseguiu segurar mais tempo um alemão que vivia com namorada e 2 filhos.
Não posso dizer que lhe perdi o rasto, porque sempre fomos mantendo o contacto por telefone ou e-mail, mas não sabia que tinha entretanto feito um site em alemão sobre o seu trabalho fotográfico.
No seu novo site apresenta muitas das fotografias que fez enquanto por cá trabalhou, que se centram sobretudo na zona de Sintra, mostrando-se imagens, que para muitos serão inéditas, de palácios e monumentos desta zona.
Nomeadamente:
+ Obras de Raúl Lino (Casa Branca e Monsalvat)
+ Herdade de Santos, de José Luís Monteiro
+ Palácio Biester (na foto)
+ Ramalhão
+ Quinta de S. Sebastião
+ Regaleira
+ Penha Verde
+ Quinta da Capela
Parece-me um documento importante, que estava até agora totalmente desconhecido.
ZM
Fez ontem 3 anos que o Arrumário nasceu.
Nem dei por isso, mas aqui fica o auto-parabéns a você.
Está na altura de mudar.
Bom fim-de-semana a todos.
ZM
Escrevi a entrada anterior, sobre Thiago Braddell, em jeito de provocação, mas não esperava gerar tanta animação e sobretudo não contava ser lido por arquitectos de cuja produção bloguista sou leitor e por quem (porquê escondê-lo) nutro respeito intelectual.
Surpreende-me igualmente a forma como os comentários a essa entrada vêm no sentido de "eu também gosto de Thiago Braddell". Caramba, eu não gosto! Alguma falha da minha escrita deu a entender o que não sinto.
Quando digo que acho estas casas "bem desenhadas", "bem projectadas" ou com "distribuições de espaços interiores bem elaboradas" quero dizer apenas isso. Não quero de forma nenhuma dizer que gosto (esteticamente entenda-se) desta arquitectura.
Como recuperação de construções da época que pretende mimetizar, parece-me que este arquitecto faz um trabalho notável, daí a comparação com Baganha, mas partilho a ideia de que procurar esta linguagem no século XXI é uma rendição ao tal saudosismo de que fala João Amaro quando diz que “procuramos o enraizamento em pretéritas memórias. Ou antes, traços de memórias do que não se viveu nunca, numa fuga inquieta para o paraíso artificial e perdido”.
“O desejo de redenção dos nossos medos contemporâneos, a ilusão do passado, em conflito com o presente angustiante, é o tema da arquitectura de Thiago Bradell”. Admito que sim. Não tinha ido tão longe.
Recordo com ironia algumas das casas de Braddell na Quinta da Marinha, que não aparecem fotografadas e cujos donos (bem conhecidos) sei quem são.
“As contradições disciplinares são evidentes. Construir de novo o antigo com a tecnologia do presente é um óbvio paradoxo. O resultado é um postiço. A matéria arquitectónica é manipulada ao sabor da conveniência mesquinha da aparência.
Os vãos, as coberturas, as pérgolas, os pórticos, as chaminés, as cantarias, são a concretização pífia da ordem simbólica de um mundo facilmente reconhecível e apreensível. A escala é a da brutalidade com que se pretende afirmar um paradoxo e proporcional à carteira e desejos do cliente.”
Não teria sabido escrevê-lo desta forma, mas concordo em absoluto.
Também concordo com o António, que diz:
“Por estranho e absurdo que pareça, aquelas coisas do Thiago Bardell (ou lá como é...) são uma das mais justas e pertinentes "criticas" à arquitectura "fashion" das "caixas" mais ou menos "re-vestidas", bem fotografadas e muito a-parecidas (umas com as outras...), publicitadas nas revistas (todas...) e nos "suplementos" da praxe...
Uma crítica ao discurso absolutamente "vazio" dos umbigos e dos académicos”.
Não deixa de ser curioso que, apesar de tudo, tanta gente procure a arquitectura de Braddell, como se não se revisse na arquitectura do seu tempo, nomeadamente o próprio, como referi.
Eu, que sou apenas um consumidor de arquitectura, não me revejo igualmente em alguma da arquitectura do meu tempo, na qual encontro defeitos semelhantes aos apontados a Braddell: o ser por vezes "Um nicho de mercado das aspirações nouveau riche avessas à cidade e à sua diversidade e pluralismo" (como escreve João Amaro) e a mesma "brutalidade" na escala.
Vão lá ler, que vale a pena.
Thiago Braddell é o nome de um arquitecto bastante conhecido (pelo menos no meio em que tem mais clientes), com uma quantidade invejável de obra construida (quase totalmente moradias), mas que por um estranho fenómeno é totalmente ignorado pelos seus pares e pelos meios de divulgação da disciplina.
Braddell utiliza uma linguagem absolutamente inconfundível, tão própria que eu arrisquei publicar aqui fotografias de obras que suponho que sejam suas, mas sobre cuja autoria não tenho de facto nenhuma certeza.
Acredito que seja justamente por utilizar uma linguagem "antiga" e sem qualquer inovação ao longo das diversas obras (e são inúmeras) que este arquitecto é desconsiderado pela sua classe. Pessoalmente, nem como arquitecto desenharia este tipo de construção no século XXI, nem como cliente adquiriria uma casa destas feita de raiz nos dias de hoje. Contudo, tenho que admitir, observando com atenção, que estas são casas muito bem desenhadas, tendo distribuições de espaços interiores muito bem elaboradas.
Não conheço nenhuma por dentro depois de habitada, já que o meu passatempo é explorá-las enquanto em obra, até apanhar uma pazada de um capataz mais desconfiado, mas do que vi até hoje, achei-as sempre casas muito agradáveis e bem pensadas. Terão vãos demasiado contidos ou sombreados para o meu gosto, mas no geral são surpreendentemente bem projectadas.
Não se pode dizer que Braddell utilize esta linguagem por saber que há uma classe de tias (da Quinta da Marinha e do Patiño até à Beloura) que procura este tipo de estética e não a encontra facilmente noutro arquitecto. A verdade é que ele próprio habita uma casa Braddell tão igual às outras como qualquer uma.
Para que ninguém diga que este arquitecto só faz moradias, aqui fica o monumento da Senhora do Cabo, construido bem perto da sua própria casa:
A mais notável das suas obras, no entanto, foi a recuperação do velho Hotel da Lawrence, em Sintra. Talvez só por esta valha a pena todas as outras em que ganhou experiência.
Não sou muito adepto do saudosismo estético ou artístico. Jamais compraria um desses Minis actuais ou o Beettle, mas se no mercado automóvel isso não parece gerar grande prurido, porque há-de ser diferente na arquitectura?
Embora de uma forma mais variada, com uma linguagem menos monótona e mais actual, José Baganha tem um tipo de produção semelhante, sendo embora muito mais considerado entre arquitectos.
Não sei se é por as casas Braddell serem tão facilmente identificáveis ou se este arquitecto é um verdadeiro caso de sucesso, mas o facto é que não conheço nenhum outro com tanto projecto construido. Só na zona onde moro há cerca de 10 casas Braddell construidas (incluindo aquela onde habita). Como já referi, tem obra nos solos mais caros do país, nomeadamente na Quinta da Marinha e julgo que também do Patiño.
É tão ignorado pela "critica" quanto procurado pelos clientes. Como já disse, eu não lhe compraria um projecto, mas tenho a certeza que, sentado no seu terraço, com a serra de Sintra à frente, ao final do dia, esse facto deve diverti-lo bastante.
ZM
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