A morte pacificada.

>> domingo, setembro 01, 2013

Henrique Monteiro, cujo pensamento está em geral nos antípodas do meu, escreve esta semana no Expresso uma nota que merece ser divulgada:

"Houve tempos em que a morte de um homem, por mais controversas que fossem as suas ideias, servia para aplacar ódios pessoais e políticos, pelo menos na esfera pública. Hoje, já nem se concede essa benesse a quem parte. António Borges pensava de forma diferente e já em vida pagou cara essa ousadia. A intolerância, mesmo perante a morte, dos que se tomam por donos da verdade, é um sinal perturbador, especialmente numa sociedade em crise de valores. Nele está a génese de todos os totalitarismos."

Leio comentários e opiniões relativas à pessoa que parte e penso sempre que não gostaria de estar na pele da sua família que, além do desgosto de perder alguém que estima, tem ainda que se proteger da verve mal educada de tanta gente sem a mínima sensibilidade.

E confesso que uma das coisas que mais me assustam e me entristecem é perceber que continua a haver tanta gente incapaz de controlar o seu ódio, tantas vezes sem razão real, apenas pelo que ouve dizer ou lê nas notícias. Essa energia negativa à solta não ajuda nada o Cosmos a endireitar-se.

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