Questionarmos os nossos hábitos (falo de educação, claro)

>> domingo, maio 24, 2015

"Era uma vez um homem cuja mulher cortava sempre as duas pontas do fiambre quando o cozinhava (como quem corta a ponta do charuto). Um dia ele perguntou-lhe:
- Porque é que cortas as pontas do fiambre antes de o pores no forno?
Ela respondeu:
- Foi assim que a minha mãe me ensinou a cozinhar o fiambre.
Insatisfeito com a resposta, na primeira oportunidade o homem perguntou à sua sogra porque é que ela cortava as pontas do fiambre. Ela respondeu:
- Toda a gente cozinha o fiambre dessa forma. Foi assim que a minha mãe me ensinou quando eu era ainda miúda.
Sendo a mãe da sogra (avó da sua mulher) ainda viva, o homem acabou por perguntar à velhota por que raio cortava ela as pontas do fiambre.
Finalmente a resposta foi esclarecedora:
- Eu costumava fazer isso porque só tinha uma travessa de ir ao forno e o fiambre só lá cabia sem as pontas."

Esta história é contada no livro "Guerilla Learning", de Grace Llewellyn, a propósito da forma como olhamos hoje para a escola. Ela acrescenta:
"Parece que para muitos de nós o que se passa nas escolas é como esta história do acerto das pontas do fiambre."

Eu estou de acordo. Muitas das coisas que se passam hoje nas escolas perderam completamente o sentido ao longo dos quase 200 anos que este modelo já tem. Já ninguém questiona o propósito da escola e da forma como as coisa acontecem lá dentro. Desde as aulas às turmas, desde a campainha aos horários. Se nos dispusermos ao exercício de verdadeiramente reflectir sobre a razão porque fazemos o que fazemos iremos encontrar muitos becos.

Fica a história para agitar as mentes que estiverem interessadas nisso.

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