Ainda as praxes, desculpem...
>> quinta-feira, janeiro 30, 2014
Ouvindo o deputado Duarte Marques, do PSD, a defender as praxes, designando não-praxe tudo aquilo que nos ofende, faço-lhe directamente uma pergunta: quando, em Coimbra, um caloiro é proibido de andar na rua depois da meia-noite, isso é praxe ou não? É simpático ou não?
Com que legitimidade é que aceitamos rituais de "integração", dos tais eventualmente "engraçados", que são heranças do mais tenebroso fascismo?
Para mim, o simples código das praxes, dando direitos em escada à medida que se sobe na hierarquia, dando poder aos de "cima" sobre os de "baixo", proibindo inúmeras coisas aos caloiros é inaceitável, não devia jamais ter o aval das direcções das Universidades. Já nem falo de tudo o mais, que é o que vemos de facto nas ruas e vimos no documentário Praxis.
Dou toda a razão ao Daniel Oliveira (mais uma vez): as universidades devem proibir todo e qualquer ritual humilhante dentro das suas instalações. Fora delas, tenho a certeza que os caloiros saberão defender-se. Isso é o que defendo há muito. Pelo menos dentro da escola as pessoas devem sentir-se protegidas, para se poderem dedicar àquilo que os fez para lá irem.
2 comments:
Vai ali espreitar o meu blogue que deixei umas perguntas para ti. Eheheh!!!
Olá...
Concordo com quase tudo, mas,não sei se os caloiros se saberão defender fora da universidade.
Na verdade, uma grande parte dos caloiros chegam à universidade completamente sozinhos. Não conhecem ninguém, não conhecem a cidade. É uma vivência completamente nova, acompanhada de uma boa dose de inseguranças. Serão uma presa muito fácil, para um bando de cobardolas, que não perderão oportunidade de humilhar os colegas mais novos, desintegrados, sozinhos e desprotegidos. As ameaças e as pressões serão as mesmas e os caloiros deslocar-se-ão pelo próprio pé para o local onde decorrerá a praxe. Sendo assim considero que a praxe deveria ser proibida em qualquer lado.
Susana
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