A arte do Lourenço

>> quinta-feira, janeiro 24, 2013


O Lourenço tem um talento (nós, pelo menos, achamos que tem): desenhar.
Há vários aspectos que me fazem perceber nele um talento particular para esta forma de expressão artística, para começar a forma como gere o espaço da folha. Ele não pega numa folha branca, começa a desenhar no meio e enche-a toda, não. Ele coloca o seu objectivo no local apropriado da folha, de acordo com o enquadramento que tem na cabeça e se for preciso deixa o resto totalmente vazio. O espaço no papel não o atrapalha.
Os detalhes dos desenhos são com frequência muito expressivos e até comoventes (talvez apenas para mim, mas são).
A visão que tem dos objectos e figuras que transporta para o papel é uma coisa inteiramente sua, original, totalmente criativa. Nunca o vemos copiar alguma coisa que viu desenhada algures. Ele interpreta sempre o que vê, de forma simultaneamente surpreendente e coerente com o que tem vindo a fazer. Fico muitas vezes de boca aberta a olhar para os seus desenhos.
Neste caso, temos o mano Simão a dormir na sua cama e a chorar, provavelmente por ter tido um sonho mau. As proporções são ou não surpreendentes?
Já sei que haverá que ache que é por ser meu filho e eu ando todo babado e piegas com as capacidades do rebento, mas eu sei que não é só isso.
Adoro as suas figuras.
Agora que temos scanner novo (usado, via OLX, claro), vou ver se cá trago mais uns exemplos brevemente.
Se for caso disso, vão passando por cá.
ZM

2 comments:

Pedro 1/24/2013 5:45 da tarde  

Em criança todos sabemos desenhar.
Faz parte da aprendizagem básica como o falar ou o cantar. são formas de comunicação.
Ao longo da escolaridade obrigatória estas capacidades são frequentemente marginalizadas e definham em função do grande esforço para aprender a escrever e a fazer contas.
Cabe aos pais (e outros educadores)discernir e não negligenciar vocações.
Ao terminar esta fase de enorme capacidade de aprendizagem que é a infância todos sabem ler e escrever. Embora nem todos aspirem a Eças de Queirós, ninguém tem medo de escrever uma lista de mercearia mas muitos ficam paralizados à frente da folha branca do desenho.
Quantos artistas não se terão perdido na negligência da instrução primária?

Zé Maria 1/24/2013 8:47 da tarde  

Nem mais, Pedro, nem mais.
Queres um bom exemplo: a Madalena teve uma professora de "artes" nos Açores que lhe dizia que um desenho não pode ter partes "em branco". Felizmente o Lourenço não teve ninguém que lhe castrasse essa fabulosa capacidade de gerir o branco, o vazio. Quando o Lourenço viu o que coloquei no blog perguntou onde estava o resto da folha. É que havia uma data de "branco" que eu não publiquei, apenas por questões de espaço, mas para ele era importante.
É por estas e por outras que faremos o que estiver ao nosso alcance para continuar a tê-los em ensino doméstico.
Grande abraço.
ZM

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