A homossexualidade não é normal.

>> quarta-feira, fevereiro 18, 2009

A TSF faz hoje nos noticiários eco das palavras do Cardeal D. José Saraiva Martins, a propósito da homossexualidade.
D. José diz que a homossexualidade não é normal porque quando Deus criou o ser humano, criou o homem e a mulher e eu pergunto: nesse contexto, será normal ser-se assexuado, como supostamente será o autor daquelas palavras?
Como é que um homem que cumpre um voto (supondo que cumpre) de total castidade pode abrir a boca para julgar normal ou anormal a sexualidade dos outros, por muito desviante que lhe possa parecer?
Eu fui educado neste clube, mas há muito que rasguei o cartão. Enquanto os dirigentes tiverem esta visão do mundo, não voltarei a comprar cativo nesta igreja.
Aliás, faz-me alguma confusão a forma como a imprensa vai tanto atrás deste tipo de declarações. Não vejo a utilidade de divulgar disparates deste calibre.
ZM

12 comments:

Anónimo,  2/18/2009 8:18 da manhã  

bravo meu caro.

ohcaptain 2/18/2009 9:58 da manhã  

pois
mas em todo o caso a igreja sao as pessoas, nao os padres

Rui Silva 2/18/2009 3:13 da tarde  

ZM,

Partilho a tua perspectiva relativamente ao absurdo das palavras deste padre romano. Roma que é aliás o inverso de Amor.

Creio todavia que não é justo utilizares o argumento da abstinência sexual dos sacerdotes (neste caso católicos, mas são apenas os católicos que cumprem - quando cumprem - este voto) para questionares a legitimidade do homem para falar de anormalidade relativamente às opções sexuais alheias.

Não há anormalidade nenhuma em ser-se abstinente. Apesar de não conseguir enquadrar um voto desse tipo no momento actual da minha vida, atendendo ao meu contexto pessoal e familiar, não vejo nenhuma anormalidade no voto de castidade - bem pelo contrário, quando livre, consciente, justificado e desejado - e acho até que deveriamos fazer um esforço para compreender a sua função no quadro das religiões (re-ligações ao Absoluto) deste mundo.

O que acontece é que NINGUÉM - nem quem tem vida sexual activa, nem quem não a tem, o que não é o mesmo que ser-se assexuado... - deveria questionar a "normalidade" dos comportamentos alheios de foro sexual, a não ser que estejamos a falar de pedofilia, ou afins.

Este cardeal é apenas a triste imagem da igreja, com i pequeno, que representa. É à luz dessa triste realidade que devemos olhar, com compaixão, para a ANORMALIDADE das suas declarações...

Grande abraço!
Rui

Leãozinho 2/19/2009 5:17 da tarde  

Tudo aquilo que contraria a natureza humana é anormal.
Quando a Humanidade foi criada, não deve ter sido, com certeza, por acaso que todo o animal veio na "versão" macho e fêmea. A procriação estava decerto na cabeça do Criador quando resolveu fazê-lo. Para que se dê a procriação é condição necessária a atracção entre dois seres da mesma raça e de sexos opostos, tudo o que fuja a esta premissa é anormal. Caso, contrário qualquer dia estamos a considerar normal que um homem de apaixone e queira casar com um cavalo ou uma égua???.
Não é, por isso, nada normal que dois homens ou duas mulheres se amem. Agora partindo do ponto que acontece cada vez mais devemos aceitar que tenham a liberdade de se juntarem e fazer vida juntos...logo, que essa liberdade não interfira com a liberdade dos outros. Por isso, e já agora, adopção de crianças por casais gays NUNCA!!!

Zé Maria 2/19/2009 7:21 da tarde  

Quando a humanidade foi criada não tínhamos roupa nem casas. Nós não somos bichos e quem confunda o que se sente por um cavalo com o amor que sentimos homens e mulheres uns pelos outros, não tem base referencial para ter discussões comigo sobre esta matéria.
Falamos linguagens diferentes, por isso a comunicação não é possível.
Só falta dizer que podemos igualmente apaixonar-nos por uma cabine telefónica.
Eu acredito que duas mulheres ou dois homens podem amar-se como se ama um casal heterossexual. Quem não consegue entender isto, talvez não tenha ainda tido a felicidade de conhecer o amor.
ZM

Leãozinho 2/20/2009 6:41 da tarde  

Que fique bem claro, desde já, que eu também acredito piamente que duas mulheres ou dois homens podem amar-se como se ama um casal heterossexual.
Agora o que digo é que esse amor foge ao padrão normal de amor, daí a extrapulação, propositadamente exagerada, que fiz para o amor Homem/cavalo, que não é normal mas pode acontecer (afinal o cavalo é um ser vivo, não assexuado, ao contrário de uma cabine telefónica). Entre todos nós será expectável que haja amor por contraponto ao ódio. Há, no entanto, vários tipos ou níveis de amor como sejam, por exemplo, o amor de mãe, o amor entre amigos e amor entre casais (por casais entenda-se uma pessoa do sexo masculino e uma do sexo feminino).
Quanto às considerações pessoais a que fez alusão... não vou entrar por aí uma vez que não o conheço e como tal não vou fazer esse tipo de considerações só porque estar a coberto dessa grande cortina que pode ser a WWWeb.

Álex 2/23/2009 1:54 da tarde  

só acrescentar ao Leãozinho que ao falar que todo animal veio na versão de macho e fêmea, se esqueceu dos hermafroditas...
...e então é melhor ficarem as crianças ad eternum a viver em orfanatos e afins do que terem o colo de 2 pessoas do mesmo sexo que se amam e respeitam e lhes podem dar isso mesmo: um colo, amor, etc, etc, etc, só para elas? ai caramba que nunca vejo o tão falado "interesse da criança" à frente!

Anónimo,  2/24/2009 10:52 da tarde  

O casamento entre homossexuais parece ser uma ameaça capital para muita gente, tal como o foi o casamento entre pessoas de diferentes raças, tal como o foi o direito de voto das mulheres e muitas outras coisas que mudaram, felizmente.
As pessoas nascem nuas e iguais, depois vestem-nas e começam os preconceitos.
Os direitos são iguais para todos e são independentes da raça, credo ou inclinação sexual. Nesses direitos estão incluidos a possibilidade de casar e (obviamente) adoptar.
O facto de ainda existirem algumas pessoas verdes e outras azuis revela uma sociedade arcaica e atrasada.
Meus amigos, não tenham medo que os vossos pilares não vão cair!

Quanto ás palavras do Cardeal Martins só tenho a dizer que são uma burrada vergonhosa que remonta aos tempos da inquisição.

Paulo Roxo

Anónimo,  2/26/2009 6:56 da tarde  

Este assunto sempre me tocou, desde os tempos em que, na cadeira de Direito Civil, aprendi a definição legal de casamento, o art.º 1577º do Código Civil: diz que "Casamento é o contrato celebrado entre duas pessoas de sexo diferente, que pretendem constituir família mediante uma plena comunhão de vida, nos termos das disposições deste Código."
Como antes de falar de Direito Civil, é necessário começar pelas bases, o Direito Constitucional, sempre defendi que aquela noção era inconstitucional, por força do art.º 13º, n.º 2 da Constituição da Republica Portuguesa:
"Ninguém pode ser privilegiado, beneficiado, prejudicado, privado de qualquer direito ou isento de
qualquer dever em razão de ascendência, sexo, raça, língua, território de origem, religião, convicções
políticas ou ideológicas, instrução, situação económica, condição social ou orientação sexual.
"
No meu tempo o artigo ainda não acabava assim, com a "orientação sexual". O que prova que eu tinha razão...
Mas então, porque é que a definição de casamento continua imutável?
Não me parece que a alteração colida com alguma das "disposições deste código".
Não compreendo...

Ou melhor... até compreendo.

É que o casamento civil tem as suas bases no casamento milenarmente celebrado por via da religião. Existe portanto uma razão histórica para que o casamento seja assim celebrado, entre um homem e uma mulher.
No entanto, o amor não é só casamento; e se pensarem bem, o amor que sentimos pelos nossos cônjuges é uma coisa mais profunda do que o Físico... nós amamos a Pessoa!
Assim é fácil para mim perceber que duas mulheres ou dois homens se possam amar...
O que é bem diferente de casar...

Quanto à adopção, julgo que o grande problema é a aceitação pela sociedade e não o amor, certamente tão grande quanto o dos "casais tradicionais".
Uma criança já sofre quando é o único a usar óculos na turma, quanto mais se for o único com dois pais ou duas mães... isto não quer dizer, claro, que eu subscreva esta diferenciação (como aliás é bem patente que não subscrevo), mas julgo que essa protecção também é um bocadinho do "interesse da criança".
Gostava de ver este assunto debatido seriamente e não apenas na televisão, para "inglês ver" e para desviar a atenção de outros assunto muito actuais.
Não tenho certezas, nem a solução; apenas acredito que assim é que não pode continuar. É urgente alterar esta situação, protegendo todos os interesses envolvidos.

Anónimo,  2/26/2009 7:32 da tarde  

Zepa.

De uma coisa tenho a certeza.
As leis e os códigos são feitos por pessoas e não são imutáveis ou delegados ao sublime. Por isso podem mudar, sobretudo em casos de minorias prejudicadas.
Concordo contigo que o tema deva ser resolvido e discutido... de preferencia sem a presença de extremistas...

Paulo Roxo

Anónimo,  5/12/2009 8:41 da manhã  

Deus tb não casou nem teve filhos!!!!! LOLOLOLOLOLOL, portanto, não formou FAMILIA!!!!

Jorge 5/20/2009 1:29 da tarde  

Caro ZM,

O Papa, ou "pastor alemão" como preferir, é Opus Dei.
Does that ring you a bell?

Cumpts
Jorge

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