RRRR

>> quarta-feira, outubro 27, 2010

Reduce
Reuse
Recycle
Refuse



Não consigo entender com facilidade a forma como os industriais dormem sossegados sabendo que estão a tornar o mundo numa lixeira. Às vezes penso que é porque acham que não os vai afectar, que os problemas só serão verdadeiramente críticos quando eles já cá não estiverem.
É verdade que eu próprio, provavelmente, deixarei este mundo antes de termos conseguido destruí-lo de todo, mas o meu futuro já cá tem mais uns raminhos que irão herdar a porcaria que temos andado a fazer nas últimas décadas.
Será que os responsáveis pela lixeira não têm filhos? Estão-se nas tintas?
Como será que se convence toda a gente de que não podemos "consumir" desta forma?

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Ken Robinson animated

>> terça-feira, outubro 26, 2010



via A Barriga de um Arquitecto

As outras apresentações:



Os meus filhos, infelizmente, já estão na máquina de formatação, mas tomara que esta mensagem passe e que pelo menos os meus netos já possam florescer de uma forma menos industrial.

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Educação, de novo

>> terça-feira, outubro 19, 2010

Falava com o meu amigo Miguel, no FB, a propósito da educação (e de um texto meu que saiu hoje no jornal e que talvez me valha a expulsão da ilha) e enviei-lhe o link para esta apresentação de Sir Ken Robinson, da qual já falei noutro post. Eu acho que todos os profissionais da educação deviam ver este vídeo até o entenderem na sua totalidade. Aliás, agora até já está legendado em Português de Portugal.
Fui procurar o discurso de Abraham Lincoln, para perceber melhor o texto e encontrei:
"The dogmas of the quiet past, are inadequate to the stormy present. The occasion is piled high with difficulty, and we must rise -- with the occasion. As our case is new, so we must think anew, and act anew. We must disenthrall ourselves, and then we shall save our country."
Um dos meus maiores desejos nesta vida é que os responsáveis pela coordenação da educação dos nosso filhos percebam a responsabilidade que têm e o quanto esta visão da educação "orgânica" pode fazer a diferença.
Acordem! O passado foi lá atrás.

Aqui fica de novo, porque nunca é demais:

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Apoptose


Uma banda meio "dark", que me entusiasma. Não saberia explicar porquê.
Há uma parte do fluido dos humores que beneficia com a agitação que só este tipo de cantigas promove. Curiosamente, trabalho bem com estes gajos nos ouvidos.
Esta cantiga, particularmente, lembra-me o ambiente de um dos meus filmes de culto: Blade Runner.
Mais aqui e aqui (tão poderoso, que até o Avast acha que isto é virus!).
Mais informação sobre o álbum aqui.

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Um gato Coreano

Um gato Coreano.
Pela mão de dois arquitectos lusos cujo talento me esmaga (Álvaro Siza e Carlos Castanheira) e pela lente daquele que considero ser o melhor fotógrafo de arquitectura que conheço, Fernando Guerra, pois claro.

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Economia paralela

>> sábado, outubro 16, 2010

A propósito deste post, no "Seis Oito", lembrei-me de uma outra coisa que vi na ilha de Samso, na Dinamarca, e que também é economia paralela, embora não seja fuga aos impostos.
Os pequenos agricultores da ilha de Samso vendem os seus produtos na estrada, junto à entrada das quintas, expondo-os em caixas ou simplesmente no chão e recebendo o pagamento pelas hortaliças nuns simples mealheiros que se encontram dentro de uns casinhotos. Quem quer hortaliça para a sopa, chega lá, escolhe o que pretende, vê na tabela quanto custa cada coisa, faz as contas e coloca o respectivo pagamento dentro da caixinha. Não há facturas, nem balanças certificadas, nem IVA, nem complicação. O estado cobra uma espécie de licença a cada vendedor, onde se assume um determinado nível de proveitos, que toda a gente diz que é um décimo do real.
É uma actividade regulada, simples e que funciona bem para toda a gente.
Tentei imaginar este modelo no nosso Portugal e fiquei-me a rir para dentro.
O primeiro infeliz que se lembrasse de vender assim os seus legumes acordava na manhã seguinte e além de não ter lá os legumes nem a caixinha do dinheiro, tinha o fiscal do fisco a cobrar o pagamento especial por conta, o outro PEC que tanta mossa faz aos pequenos comerciantes.
Temos muito para andar até conseguirmos chegar à verdadeira democracia.
ZM

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Visita ao Algar do Carvão

>> domingo, outubro 10, 2010

Tal como disse noutro post, um dia desses fomos finalmente ao Algar do Carvão.
Apesar de já ter visto muitas fotos do local e de ter ouvido relatos de amigos que lá foram, a surpresa foi total. Quando desemboquei do túnel e entrei no Algar propriamente dito, caiu-me tudo ao chão. Aquilo tem uma beleza que não se consegue descrever. Vou tentar com imagens.
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O túnel de acesso.

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O primeiro impacto.

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A escada e a "bolha".

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A chaminé e a sua luz filtrada de verde.

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Outra vez a "bolha" e um desconhecido.

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As entranhas da terra.

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O guarda-chuva azul era a família em retirada.

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O exterior.

Este é um daqueles locais que é preciso visitar uma vez na vida. Ficamos a conhecer o aspecto do reino de Agartha. Fiquei verdadeiramente emocionado com o aspecto cénico deste poço ao interior da terra. Recomendo vivamente.

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Keeping out the giraffes

>> sexta-feira, outubro 08, 2010

"... spend money we don't have on things we don't need, to create impressions that won't last, on people we don't care about."



Recomendação: www.ecosia.com, um motor de busca "verde".

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Duas rápidas dos das pontas

>> quarta-feira, outubro 06, 2010

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Depois de uma visita ao já famoso Algar do Carvão, de que darei conta numa próxima entrada, registei esta do Simão, ao colo da mãe, dentro do carro.

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A Madalena a brincar com a água (como sempre), junto ao Pátio da Alfândega, numa hora de muito boa luz.

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No sorriso louco das mães

>> segunda-feira, outubro 04, 2010



No sorriso louco das mães batem as leves
gotas de chuva. Nas amadas
caras loucas batem e batem
os dedos amarelos das candeias.
Que balouçam. Que são puras.
Gotas e candeias puras. E as mães
aproximam-se soprando os dedos frios.
Seu corpo move-se
pelo meio dos ossos filiais, pelos tendões
e orgãos mergulhados,
e as calmas mães intrínsecas sentam-se
nas cabeças filiais.
Sentam-se, e estão ali num silêncio demorado e apressado,
vendo tudo,
e queimando as imagens, alimentando as imagens,
enquanto o amor é cada vez mais forte.
E bate-lhes nas caras, o amor leve.
O amor feroz.
E as mães são cada vez mais belas.
Pensam os filhos que elas levitam.
Flores violentas batem nas suas pálpebras.
Elas respiram ao alto e em baixo.
São silenciosas.
E a sua cara está no meio das gotas particulares
da chuva,
em volta das candeias. No contínuo
escorrer dos filhos.
As mães são as mais altas coisas
que os filhos criam, porque se colocam
na combustão dos filhos. Porque
os filhos são como invasores dentes-de-leão
no terreno das mães.
E as mães são poços de petróleo nas palavras dos filhos,
e atiram-se, através deles, como jactos
para fora da terra.
E os filhos mergulham em escafandros no interior
de muitas águas,
e trazem as mães como polvos embrulhados nas mãos
e na agudez de toda a sua vida.
E o filho senta-se com a sua mãe à cabeceira da mesa,
e através dele a mãe mexe aqui e ali,
nas chávenas e nos garfos.
E através da mãe o filho pensa
que nenhuma morte é possível e as águas
estão ligadas entre si
por meio da mão dele que toca a cara louca
da mãe que toca a mão pressentida do filho.
E por dentro do amor, até somente ser possível amar tudo,
e ser possível tudo ser reencontrado
por dentro do amor.


Herberto Helder

(Hoje deu-me p'r'aqui)

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Minha cabeça estremece



Minha cabeça estremece com todo o esquecimento.
Eu procuro dizer como tudo é outra coisa.
Falo, penso.
Sonho sobre os tremendos ossos dos pés.
É sempre outra coisa,
uma só coisa coberta de nomes.
E a morte passa de boca em boca com a leve saliva,
com o terror que há sempre
no fundo informulado de uma vida.

Sei que os campos imaginam as suas próprias rosas.
As pessoas imaginam os seus próprios campos de rosas.
E às vezes estou na frente dos campos
como se morresse;
outras, como se agora somente eu pudesse acordar.

Por vezes tudo se ilumina.
Por vezes sangra e canta.
Eu digo que ninguém se perdoa no tempo.
Que a loucura tem espinhos como uma garganta.
Eu digo: roda ao longe o outono,
e o que é o outono?
As pálpebras batem contra o grande dia masculino do pensamento.

Deito coisas vivas e mortas no espírito da obra.
Minha vida extasia-se como uma câmara de tochas.

- Era uma casa - como direi? - absoluta.

Eu jogo, eu juro.
Era uma casinfância.
Sei como era uma casa louca.
Eu metia as mãos na água: adormecia,
relembrava.
Os espelhos rachavam-se contra a nossa mocidade.

Apalpo agora o girar das brutais,
líricas rodas da vida.
Há no esquecimento, ou na lembrança total das coisas,
uma rosa como uma alta cabeça,
um peixe como um movimento rápido e severo.
Uma rosapeixe dentro da minha ideia desvairada.
Há copos, garfos inebriados dentro de mim.
- Porque o amor das coisas no seu tempo futuro
é terrivelmente profundo, é suave,
devastador.

As cadeiras ardiam nos lugares.
Minhas irmãs habitavam ao cimo do movimento
como seres pasmados.
Às vezes riam alto. Teciam-se
em seu escuro terrífico.
A menstruação sonhava podre dentro delas,
à boca da noite.
Cantava muito baixo.
Parecia fluir.
Rodear as mesas, as penumbras fulminadas.
Chovia nas noites terrestres.
Eu quero gritar paralém da loucura terrestre.
--- Era húmido, destilado, inspirado.

Havia rigor. Oh, exemplo extremo.
Havia uma essência de oficina.
Uma matéria sensacional no segredo das fruteiras,
com as suas maçãs centrípetas
e as uvas pendidas sobre a maturidade.
Havia a magnólia quente de um gato.
Gato que entrava pelas mãos, ou magnólia
que saía da mão para o rosto da mãe sombriamente pura.
Ah, mãe louca à volta, sentadamente completa.
As mãos tocavam por cima do ardor
a carne como um pedaço extasiado.

Era uma casabsoluta - como direi? -
um sentimento onde algumas pessoas morreriam.
Demência para sorrir elevadamente.
Ter amoras, folhas verdes, espinhos
com pequena treva por todos os cantos.
Nome no espírito como uma rosapeixe.

- Prefiro enlouquecer nos corredores arqueados
agora nas palavras.
Prefiro cantar nas varandas interiores.
Porque havia escadas e mulheres que paravam
minadas de inteligência.
O corpo sem rosáceas, a linguagem para amar e ruminar.
O leite cantante.

Eu agora mergulho e ascendo como um copo.
Trago para cima essa imagem de água interna.
- Caneta do poema dissolvida no sentido primacial do poema.
Ou o poema subindo pela caneta,
atravessando seu próprio impulso,
poema regressando.
Tudo se levanta como um cravo,
uma faca levantada.
Tudo morre o seu nome noutro nome.

Poema não saindo do poder da loucura.
Poema como base inconcreta de criação.
Ah, pensar com delicadeza,
imaginar com ferocidade.
Porque eu sou uma vida com furibunda melancolia,
com furibunda concepção.
Com alguma ironia furibunda.

Sou uma devastação inteligente.
Com malmequeres fabulosos.
Ouro por cima.
A madrugada ou a noite triste tocadas
em trompete.
Sou alguma coisa audível, sensível.
Um movimento.
Cadeira congeminando-se na bacia,
feita o sentar-se.
Ou flores bebendo a jarra.
O silêncio estrutural das flores.
E a mesa por baixo.
A sonhar.

Herberto Helder

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A Tasca do Americano

>> domingo, outubro 03, 2010

No dia em que fomos ao Pico Matias Simão, acabámos a comer uns petiscos e umas minis na Tasca do Americano, nas festas dos Biscoitos.
Este tipo de coisas é do melhor que os Açores (ou pelo menos a Terceira) têm para dar.
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Aqui temos o Lourenço a ser atendido pelo Americano. Quem diria que estamos nos Biscoitos, na ilha Terceira?

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O Simão também teve direito à sua "mini".

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Sistema de derivação eléctrica, infelizmente ainda não reconhecido pela ASAE nem pelo ISQ.

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A Madalena e o mano.

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Idem.

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Viagem a Samso

>> sexta-feira, outubro 01, 2010

Esta semana estive na ilha de Samso, na Dinamarca.
Aqui ficam algumas fotos de um lugar maravilhoso.
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Nascer do Sol no porto de Ballen.

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Energi Akademi. Um edifício sustentável, desde o ponto de vista energético, passando pela ventilação, aproveitamento de água da chuva e conceito de construção Cradle2Cradle.

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Idem.

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Conjunto de painéis solares térmicos, que fazem parte de uma central de rede de calor (district heating) alimentada a fardos de palha. Aquecimento central distribuído por várias povoações, a partir de fontes totalmente renováveis.

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Nordby

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Ainda Nordby

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A ilha de Samso é exportadora de electricidade e apenas tem fontes renováveis, maioritariamente vento. Claro que isso só é possível porque na mainland estão térmicas que anulam a variabilidade do vento. Nos Açores, isso não seria possível, porque temos redes eléctricas isoladas em cada ilha.

A galeria completa aqui.

Poderia ainda desenvolver a sensação que tive quando entrei, manhã cedo, no terminal 2 do aeroporto, depois de ter estado vários dias na verdadeira Europa, mas acho que o país já está suficientemente deprimido e eu não iria acrescentar nada.

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