Prémio Secil 2006

>> sábado, março 24, 2007

O arquitecto Português Álvaro Siza Vieira foi galardoado com o Prémio Secil Arquitectura 2006 com o Complexo Desportivo Ribera Serrallo, em Cornella de Llobregat, Barcelona.
O Fernando Guerra, nesta reportagem fotográfica ganhou o prémio Secil Fotografia 2007 :-)
Senão reparem:



Não conheço grandes detalhes do projecto, mas o que as imagens do Fernando apresentam é um poema de betão.



A piscina aparenta ter sido o conteúdo de uma bolha de betão que rebentou por aquele vão magnifico que liga o exterior e o interior, como se a parte de fora tivesse literalmente escorrido de dentro do edifício.



Esta é, para mim, uma das melhores fotografias de Fernando Guerra de todos os tempos. Pergunto-me como é possível ele ter apanhado um nadador nesta posição, exactamente sob o feixe de luz de uma das janelas zenitais, com os chinelos atrás, com as pernas mergulhadas naquela posição, conduzindo o nosso olhar para o líquido.



Aqui o fotógrafo centra-se uma vez mais no tal vão que é o pólo da tensão entre o interior e o exterior. Só um arquitecto poderia dar tanta atenção a este "detalhe". E poucos arquitectos para além de Siza poderiam ter desenhado um edifício tão extraordinário.



No exterior, o edifício lançou um braço, tentando conter a fuga da piscina. Cá fora tudo tem um ar mais estável, como se este abraço tivesse resultado, evitando que a piscina se espraiasse mais, diluindo-se de vez numa charca que se evaporaria rapidamente. Foi conseguido um equilíbrio que, visto do interior, parecia impossível.

Um arquitecto e um fotógrafo, ambos com provas dadas. O resultado é irrepreensível. Há mais do que um Portugal, mas este, que é o que interessa, deixa-nos orgulhosos em qualquer lugar do mundo. Tomara que estes exemplos despertassem mais admiração e devoção do que, como habitualmente, inveja e maledicência.

ZM

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Rocha Podre em Serra Dura

>> sexta-feira, março 16, 2007

Já aqui falei do blog Rocha Podre e Pedra Dura por ocasião da formidável escalada do Cho Oyu pela Daniela Teixeira. Desta feita trago aqui a referência a um post sobre a Serra da Estrela que, no estilo particular da escrita do Roxo, diz muito do que penso sobre o assunto.

Serra da Estrela - cortesia do Rocha Podre e Pedra Dura

É um longo desabafo, mas vale bem a leitura e reflexão.

Bom fim-de-semana.

ZM

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Aracan

>> quarta-feira, março 14, 2007

O Aracan é um veleiro clássico, que tem exactamente a minha idade. Veio da Suécia para Lisboa, há uns anos, e actualmente tem pavilhão francês. Antes que se vá embora de vez, fui lá tirar-lhe umas fotos.















Fiz nele a maior viagem à vela da minha vida, cerca de 12 horas de Lisboa a Sines.

Infelizmente não tenho tempo para me dedicar à vela, mas é uma das áreas que pretendo explorar na próxima vida.

É a única "actividade desportiva" que de alguma forma comparo ao alpinismo. Fico fascinado com os navegadores solitários.

Se for caso disso, podem vê-lo na doca do Espanhol, em Lisboa. Está perto da entrada da doca.

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100.000Km

>> sexta-feira, março 09, 2007



A minha velha Transalp, que está a comemorar o seu 10º aniversário, completou ontem o redondo número de 100.000Km de alcatrão (e alguma terra).

Comprei-a usada, com 18.000Km (marcados), há 5 anos. Os cerca de 82.000Km que fiz com ela ficam ilustrados nestes números:

  • 4.200 L gasolina sem chumbo 95
  • 40 L óleo
  • 1300 horas de condução
  • 2 voltas completas à Terra sobre o equador
  • 3 jogos de pneus
  • 3 kits de transmissão
  • Diversos jogos de pastilhas
  • Muito óleo de corrente
  • Anos ganhos em filas de trânsito e à procura de estacionamento


Se mais portugueses seguissem o meu exemplo e andássemos todos mais de mota, haveria menos poluição e o trânsito não estaria o caos que está. Provavelmente haveria menos gente mal disposta por aí.

Bom fim-de-semana.

ZM

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Projecto sustentável

>> quinta-feira, março 08, 2007

Há uns tempos comprei este livro na Amazon.


Apresenta diversos exemplos de como se pode construir de mãos dadas com a natureza ao invés do que fazem quase todos os arquitectos portugueses, particularmente os do star system.







Neste caso, os arquitectos resposáveis são os Arkin Tilt Architects.

O texto do livro diz:
According to the principals, the firm keeps five goals in mind with every Project.
The first is to harmonize with the site.
The second is to build as little as possible, which "is somewhat ironic for architects, because we’re in the business of building," Arkin says. "But we always try to convince clients to build less house, of higher quality."
The third goal is to design homes that will heat and cool themselves.
The fourth is to maximize resource efficiency.
Finally, the architects always aim to show that, as they put it, "ecological design can be beautiful," which helps to bring it into the mainstream.

Neste caso, trata-se de uma moradia com 174m2 de área, com 4 quartos, isolamento por fardos de palha, colunas estruturais aproveitadas de Eucaliptos que já havia no local, isolamento térmico do telhado feito com celulose de jornais reciclados, etc.

Porque razão esta mensagem custa tanto a entrar na arquitectura nacional? Porque é que continuamos a projectar com os pés, recusando orientar as casas, isolá-las exteriormente, ter enfim qualquer preocupação ecológica no momento de desenhar a casa?

Há dias visitei a obra de um projecto de uma famosa arquitecta nacional, que tem uma moradia em construção com 3 casas de banho encostadas a paredes exteriores, todas elas sem janelas. Este eterno compromisso do funcional em função do estético não será um forte sinal de preguiça mental dos nossos arquitectos?

Não seria preferível colarem-se aos princípios apresentados acima e tentarmos deixar aos nossos filhos um mundo melhor do que aquele em que vivemos hoje?

É provável que volte a este tema brevemente.

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O sonho da Madalena

>> quarta-feira, março 07, 2007



Sonhei que a casa do avô e da avó ficava perto da casa dos 40 ladrões.
Quando eu fui passear com o avô passámos perto da casa dos 40 ladrões.
Estavam muitos ladrões lá dentro e também estavam uns cá fora, a arranjar um prego.
Eles ficaram a olhar para nós porque pensavam que nós também éramos ladrões.
Depois começaram a correr atrás de nós e o prego ficou em pé [este pormenor é algo que me escapa].
Eu e o avô separámo-nos e começaram a vir mais ladrões e mais ladrões sempre atrás de mim e depois eu parei e disse-lhes que era uma princesa.
Disse-lhes esta mentira para eles não me fazerem mal, mas eles não tinham pena de ninguém e seguraram-me na mão.
Depois eu comecei a fugir e fui a gritar AVÔ até chegar a casa.

A Madalena, ontem, teve um sonho mau. Descreveu-me este sonho sem hesitações, sem se engasgar, de uma forma quase catártica. Senti-me dentro do universo da infância e próximo de algum do terror infantil que encontramos na pintura de Paula Rego e que me agita tanto o dentro.
A imagem que escolhi para ilustrar este post é justamente da Paula Rego e chama-se Little Miss Muffet.

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Recuperação? Integração?

>> terça-feira, março 06, 2007

Na Estefânia de Sintra decidiram recuperar(?) esta moradia (eventualmente histórica). Em lugar de a recuperarem como era e sobretudo manter o espaço que tinha à volta, decidiram abraçá-la dentro de um prédio, cobrindo praticamente a totalidade do logradouro existente.



Pessoalmente, julgo que teria sido preferível deixarem-se de nostalgias e meterem o camartelo no edifício original. O resultado é praticamente o mesmo. A mim parece-me que entre o que a imagem documenta e a demolição, não se ganhou grande coisa e certamente saíu mais caro.

A memória de um edifício não é só a fachada, é também o seu interior e o espaço circundante. Das duas uma, ou se decide manter e então mantenham, ou se decide demolir e então esqueçam o que existia. O que está aqui feito é escavacar, tentando manter. Nem é carne nem é peixe e é a pior das soluções.

ZM

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Pedro e Inês

>> quinta-feira, março 01, 2007

A Madalena anda obcecada pela história do Rei D. Pedro I e da sua amada Inês, que foi coroada rainha depois de morta.
Fez um magnífico desenho dos dois, com os seus respectivos umbigos, ambos de colar, rodeados de umas flores e uns coelhos. Havia ainda uma abelha, que infelizmente não apareceu na digitalização.
A figura tenebrosa do lado esquerdo é o malvado pai do D. Pedro.
O desenho ocupa uma página A4, por isso eu concentrei um pouco os vários elementos, caso contrário não se percebia nada.
O casal de apaixonados está dentro de uma casa, da qual a digitalização só registou o telhado.



Como disse anteriormente, sinto que os desenhos das crianças são o mais próximo que conseguimos chegar do seu mundo interior. Essa exploração interessa-me bastante, mas muitas vezes comove-me até às lágrimas.

ZM

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